É o terceiro mês consecutivo em que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumenta. A agravar-se desde agosto, o desemprego registado no país – medido pelo número de inscritos nos serviços públicos de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) – abrangia no final de outubro 289.125 pessoas. Trata-se de uma subida de 0,7% (+1.885) em cadeia, ou seja face a setembro, e uma redução de 17,8% (-62.542) face ao mesmo mês do ano passado, mostram os dados divulgados esta segunda-feira pelo IEFP.
A nota que acompanha a síntese estatística do IEFP relaciona a diminuição homóloga do desemprego, com a redução do desemprego no “grupo dos indivíduos que procuram novo emprego (-58.142), dos que possuem idade igual ou superior a 25 anos (-55.523) e os inscritos há 12 meses ou ais (-53.373)”.
Os dados conhecidos esta segunda-feira realçam que, a nível regional, no mês de outubro, o desemprego registado diminuiu, em termos homólogos, em todas as regiões, com destaque para a região autónoma da Madeira (-35,4%) e da região do Algarve (-35,2%).
Por sua vez, na comparação em cadeia, face a setembro deste ano, as várias regiões do país dividiram-se entre decréscimos e acréscimos no desemprego. A maior variação positiva foi na região do Algarve, onde o número de desempregados inscritos nos centros de emprego locais agravou-se em 20,7%. Em sentido inverso, Lisboa e Vale do Tejo foi a região onde o desemprego mais recuou, contabilizando menos 0,9% de inscritos.
TRABALHADORES NÃO QUALIFICADOS LIDERAM DESEMPREGO REGISTADO
A análise ao universo dos desempregados inscritos nos centros de emprego do continente mostra que foi no grupo dos “trabalhadores não qualificados“ que o desemprego mais aumentou (25,9%), seguindo-se os ”trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção, segurança e vendedores” (20,0%), os “especialistas das atividades intelectuais e científicas”(11,7%) e o “pessoal administrativo”(11,6%). Relativamente ao mês homólogo de 2021, “todos os grupos apresentaram diminuições nas variações homólogas”, sinaliza o IEFP.
Olhando para a atividade económica de origem dos desempregados, os indicadores mostram que dos 244.634 inscritos como candidatos a emprego, 72,5% tinham trabalhado em atividades do sector dos “serviços”, com destaque para as “Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio”, que representam 31,1% do total. O sector secundário responde por 19,8% do desemprego registado, com destaque para a “construção”(6,4%). Ao sector “agrícola” pertenciam 4,8% dos desempregados.
Ao longo do mês de outubro inscreveram-se, nos serviços de emprego do IEFP, 50.580 desempregados, número que traduz uma variação homóloga de 14,5% (+6.412 pessoas) e uma redução em cadeia de 12,3%. Já as ofertas de emprego recebidas ao longo do mês de outubro totalizaram 9.529, menos 26,1% (-3.360) face a outubro de 2021 e menos 22,6% (-2.785) face a setembro deste ano.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL