Nos últimos tempos, têm surgido esquemas fraudulentos cada vez mais sofisticados, e a mais recente burla utiliza a tecnologia de inteligência artificial para enganar as vítimas. Através de chamadas que parecem legítimas e feitas em nome da Polícia Judiciária, os burlões conseguem facilmente convencer as pessoas a transferirem dinheiro para contas controladas por criminosos. Esta fraude está a alarmar as autoridades e a exigir maior vigilância por parte dos cidadãos.
Como funciona a fraude
Os burlões recorrem a uma técnica conhecida como “spoofing”, que permite falsificar o número de telefone exibido no ecrã da vítima, fazendo parecer que a chamada provém de uma entidade legítima, neste caso, a Polícia Judiciária. Muitas vezes, esses números são locais, o que reforça a credibilidade do esquema. Durante a chamada, os criminosos usam gravações pré-programadas, nas quais se fazem passar por agentes da PJ, alertando as vítimas de que as suas contas bancárias estão comprometidas.
De forma ainda mais alarmante, recorrem à inteligência artificial para personalizar as abordagens da burla, adaptando as respostas e simulações de voz de forma a tornar a experiência mais convincente. Esta personalização dos ataques dificulta a identificação da fraude, pois a abordagem parece ser extremamente realista e dirigida de forma específica à vítima.
O propósito deste esquema é claro: persuadir as vítimas a transferirem rapidamente dinheiro para “contas seguras”, alegadamente controladas pela Polícia Judiciária, mas que, na verdade, pertencem aos burlões. A urgência transmitida durante a chamada, associada ao receio de perder os seus bens, leva muitas pessoas a cair neste embuste. É uma burla engenhosa e perigosa, que aproveita a confiança que o público deposita nas autoridades policiais.
Cuidado com fraudes por mensagens
Para além deste esquema telefónico, outra fraude recorrente envolve mensagens que indicam falsas dívidas à Segurança Social, com prazos apertados para pagamento. “Vivemos na era das fraudes”, e os criminosos estão a utilizar diferentes meios para explorar a vulnerabilidade das pessoas, desde chamadas telefónicas, e-mails, até mensagens de texto. O que têm em comum? A urgência e o medo, que levam as vítimas a agir sem verificar a veracidade das informações.
Como proteger-se
A primeira regra de ouro é a desconfiança. Sempre que receber uma chamada ou mensagem inesperada que mencione pagamentos urgentes ou problemas com contas bancárias, nunca reaja de imediato. Não transfira dinheiro sem antes contactar diretamente as entidades oficiais pelos canais conhecidos e verificados. No caso da Polícia Judiciária, pode sempre ligar para o número oficial e confirmar se há realmente um processo ou problema em curso.
As autoridades recomendam que “todo o cuidado é pouco”. Antes de qualquer decisão financeira, sobretudo sob pressão de tempo, verifique sempre a veracidade das informações e, em caso de dúvida, procure aconselhamento junto de entidades oficiais.
A sofisticação dos criminosos está a aumentar, com recurso a ferramentas avançadas como a inteligência artificial, mas a prevenção continua a ser a melhor defesa. Manter-se informado sobre as técnicas usadas nas fraudes e agir com prudência pode evitar perdas financeiras significativas.
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