O número de beneficiários da tarifa social da eletricidade e do gás aumentou em 21 mil no ano passado por passar a incluir os beneficiários das prestações de desemprego, segundo indica o relatório da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), divulgado esta quinta-feira.
Em causa está uma alteração, aprovada em 2020, para incluir as pessoas que recebem subsídio de desemprego entre aqueles que estão aptos para serem beneficiários da tarifa social. Assim, em 2021, havia um total de 806 mil beneficiários no setor elétrico e 54 mil no setor do gás.
O relatório da ERSE indica ainda que o número de clientes “com contratos indexados ao mercado “spot” mantém-se perfeitamente residual, abaixo de 1% em ambos os setores [gás e luz]”.
Este relatório permite uma “visão transversal” dos mercados retalhistas da eletricidade, “nomeadamente quanto à dinâmica de concorrência, à caracterização das ofertas comerciais ou à proteção do consumidor”.
HÁ UMA TENDÊNCIA CRESCENTE EM MUDAR DE COMERCIALIZADOR. EDP É O QUE MAIS PERDE
De acordo com o regulador, em 2021 registou-se “uma tendência de aumento das taxas de intensidade de mudança [de comercializador], principalmente devido às mudanças dentro do mercado liberalizado”. “As taxas de mudança para a eletricidade e gás foram, respetivamente, de 17% e 15%, em número de clientes, e de 23% e 14%, em consumo”, indica o relatório.
Do total da mudança a nível de clientes, 97% pertencem ao segmento doméstico. Mas a nível de consumo o mais relevante é o segmento industrial (42%).
Dentro do mercado liberalizado, é a EDP o comercializador que mais clientes perde (96 mil só em 2021). O principal beneficiário desta perda é a Goldenenergy, que viu um aumento de 50 mil clientes.
De realçar que, no ano passado, o mercado liberalizado, registou um novo máximo de clientes – 5,4 milhões na eletricidade e 1,3 milhões no gás.
Adicionalmente, 2021 registou também o maior número de entradas de clientes no Comercializador de Último Recurso – isto é, empresa (ou serviço da empresa) que fornece eletricidade em zonas onde não existam propostas no mercado livre, aos consumidores economicamente vulneráveis ou a clientes cujo comercializador em mercado livre ficou impedido de exercer a atividade – dos últimos cinco anos. Entraram 29.328 utilizadores no CUR na eletricidade e 1117 no gás.
Ainda assim, o consumo em mercado liberalizado representava 94% do total no final do ano passado.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL