O valor mediano da avaliação bancária da habitação em agosto foi de 1414 euros por metro quadrado (m2), menos três euros (ou menos 0,2%) que no mês anterior, marcando assim a primeira queda neste indicador desde março de 2020, quando se iniciou a pandemia de covid-19 em Portugal, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta terça-feira.
Em março de 2020 o valor tinha caído de 1111 euros por m2 para 1110 euros. Entretanto, o valor estabilizou em dois meses (setembro de 2020 e agosto de 2021), mas agora foi a primeira queda.
Ainda assim, o valor mediano registado em agosto representa um aumento de 15,8% face a agosto do ano passado.
De notar, contudo, que este valor está dependente do número de avaliações bancárias feitas pelos bancos às casas dos portugueses e, em agosto, o número de avaliações caiu pelo terceiro mês consecutivo. Foram cerca de 26 mil as avaliações feitas em agosto, menos 10,4% que em agosto passado e menos 20,7% que em maio – quando o número de avaliações atingiu um recorde.
Por região, verifica-se que a variação homóloga mais intensa deu-se no Algarve (19,0%) e a menor na Região Autónoma dos Açores (10,5%).
O Algarve é, aliás, uma das regiões que apresentam valores superiores à mediana do país (37,3% acima), seguido pela Área Metropolitana de Lisboa (33,2%) e pelo Alentejo Litoral (8,7%).
Já as Beiras e Serra da Estrela foi a região que apresentou o valor mais
baixo em relação à mediana do país (-47,1%), nota o gabinete estatístico.
APARTAMENTOS TÊM O M2 MAIS CARO
No mês em análise, os apartamentos voltaram a apresentar o valor do m2 mais caro, em comparação com as moradias. O valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi 1577 euros por m2, mais 16,3% que em agosto de 2021.
Também nos apartamentos os valores mais elevados foram observados no Algarve (1913 euros por m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (1875). Por outro lado, o Alentejo registou o valor mais baixo (1019).
Neste tipo de alojamento, a única descida, face a julho, verificou-se na Área Metropolitana de Lisboa (-0,3%).
Por tipologia, os T2 aumentaram oito euros e os T3 desceram um euro. Em conjunto, estas duas tipologias representaram quase 80% de todas as avaliações feitas a apartamentos no mês em análise.
No caso das moradias houve também um aumento homólogo (14,1%), mas o preço do m2 continua a ser inferior ao dos apartamentos. No mês em análise o valor mediado do m2 da avaliação bancária das moradias foi de 1126 euros.
Novamente, os valores mais elevados observaram-se no Algarve (2037 euros por m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (1926 euros), tendo o Alentejo e o Centro registado os valores mais baixos(898 e 913 euros, respetivamente).
O valor do m2 em moradias desceu no Norte (-0,2%) e no Alentejo (-1,4%), face ao mês anterior.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL