O mundo não é mais o mesmo desde a pandemia de covid-19. Na sequência das tendências que se desenham, também o fundador da Airbnb, Brian Chesky, decidiu abraçar um novo estilo de vida e percorrer o mundo como nómada digital – deixando de ter casa própria e ficando em alojamentos locais disponíveis na plataforma internacional de reservas que criou em 2007, juntamente com Joe Gebbia.
Brian Chesky vai começar a viver em alojamentos Airbnb começando esta semana por Atlanta e regressando à sua cidade, São Francisco (onde está sediada a empresa da plataforma de reservas), sempre que for necessário. O plano é o de percorrer várias cidades e vilas a nível mundial nesta modalidade, a exemplo de vários trabalhadores que se tornaram nómadas digitais.
“O facto de Chesky passar a viver em alojamentos disponíveis na Airbnb ajudará a plataforma a melhorar o design da experiência para pessoas que podem agora viver em qualquer lugar”, destaca a Airbnb, em comunicado, frisando que o espoletar do trabalho com a pandemia conduziu “à maior mudança do mundo nas viagens” e “pela primeira vez, milhões de pessoas podem viver em qualquer lugar”.
As tendências de nomadismo digital já eram observadas na Airbnb, que constatou que uma em cada cinco noites reservadas durante o terceiro trimestre do ano passado diziam respeito a estadias de 28 dias ou mais, e que nos doze meses anteriores a setembro, mais de 100 mil pessoas tinham feito reservas superiores a 90 dias.
A Airbnb avança como tendências futuras a continuação de reservas em alojamento local “durante semanas, meses ou mesmo mais tempo”, tendo em conta que “as pessoas continuarão a viajar, mas expandindo-se para milhares de vilas e cidades”.
As estadas familiares de longa duração cresceram 75% entre o verão de 2019 e o verão de 2021 na Airbnb, pelo que a plataforma antecipa que “mais pessoas começarão a viver no estrangeiro, outras viajarão dirante todo o verão e algumas até desistirão dos seus contratos de aluguer e tornar-se-ão nómadas digitais”.
Uma outra tendência avançada pela Airbnb é a de que “cidades e países competirão para atrair trabalhadores remotos e, como consequência, conduzirão a uma redistribuição dos destinos para onde as pessoas viajam e vivem”. Neste campo, a plataforma destaca que “cada vez mais países estão a alterar as suas regras fiscais e de vistos, e mais de três dúzias de países oferecem agora algum tipo de visto para os nómadas digitais”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL