Magnus Cort escolheu ‘descer de divisão’, para fazer parte da experiência de elevar uma equipa a WorldTour, mas não perdeu a ambição, com o ciclista da Uno-X a desejar ser protagonista no Tour como aconteceu em anos anteriores.
Aos 31 anos, o dinamarquês protagonizou uma das transferências ‘sensação’ da temporada, trocando a EF Education-EasyPost, depois de quatro épocas bem-sucedidas, pela ‘secundária’ Uno-X.
“Optei por esta equipa, porque penso que é fantástica, o ambiente é excelente. É uma equipa em crescimento, no papel um pouco mais pequena do que uma WorldTour, mas estão a fazer tudo mesmo muito bem. Não se sente a diferença e, de certeza, que será muito agradável fazer parte desta experiência com uma equipa em crescimento”, justificou à agência Lusa, ao ser questionado sobre a sua decisão.
O carismático corredor, ‘pioneiro’ na tendência de bigodes no pelotão, parece confortável com a sua nova realidade, após uma década na primeira divisão do ciclismo mundial, confessando estar a “gostar bastante” da nova aventura na formação norueguesa, pela qual assinou três temporadas.
“Estamos a correr bem, ainda sem grandes resultados para mim, mas estou seguro de que aparecerão”, disse o vencedor de seis etapas na Vuelta, duas no Tour e uma no Giro.
É precisamente o triunfo na 10.ª etapa da passada edição da Volta a Itália – o 26.º da carreira – o último a figurar no seu currículo, mas é noutra ‘grande’ que se quer destacar, como aconteceu, por exemplo, em 2022, quando, além de ganhar uma tirada, ainda se tornou no primeiro corredor de sempre a vencer as 11 primeiras contagens de montanha da ‘Grande Boucle’ e o primeiro a integrar quatro fugas consecutivas desde Thomas de Gendt em 2017.
As metas de Magnus Cort
“As minhas metas não são muito diferentes dos anos anteriores. A Volta a França vai ser novamente um grande objetivo. Tal como nas últimas épocas, ambiciono ganhar uma etapa lá. Temos uma equipa forte, no geral, por isso esse é um dos nossos principais focos”, assumiu à Lusa.
Mais discreto nesta edição da Volta ao Algarve, depois de ter vencido duas etapas e vestido a amarela durante dois dias em 2023, Magnus Cort promete “manter os olhos abertos para as oportunidades”, na antessala da última etapa, que termina este domingo no alto do Malhão, sobretudo como forma de preparação para os outros grandes objetivos da época.
“Na primavera, tenho um grande ‘bloco’ em Itália depois da Volta ao Algarve. Espero sair-me verdadeiramente bem na Strade Bianche, no Tirreno[-Adriático] e na Milão-San Remo. Será nessas provas que me vou concentrar na primavera”, revelou o combativo ciclista dinamarquês.
A 50.ª Volta ao Algarve termina este domingo com a quinta etapa, uma ligação de 165,8 quilómetros entre Faro e o alto do Malhão, para a qual Cort parte na 18.ª posição da geral, liderada pelo belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step).
Texto Ana Marques Gonçalves, da agência Lusa
Leia também: Remco Evenepoel tenta alcançar o ‘tri’ no Algarve