Aleksandr Grigorev viveu um dia ‘agridoce’ na Volta ao Algarve, cumprindo um sonho ao subir ao pódio como primeiro ciclista eleito mais combativo, depois de cair e ficar ‘maltratado’ numa queda nos derradeiros quilómetros da primeira etapa.
O corredor russo da Efapel esteve na origem da fuga do dia, andou mais de 170 dos 200,2 quilómetros de ligação entre Portimão e Lagos escapado do pelotão e, pouco depois de ser apanhado, a 12 quilómetros da meta, ficou envolvido numa aparatosa queda, já depois de ser escolhido pelos adeptos da ‘Algarvia’, numa votação que decorreu no direto online da corrida, como o mais combativo,
Nas imagens televisivas, foi possível ver Grigorev sentado no chão, a ser assistido pela equipa médica da prova, pelo que, na reta da meta, era grande a expectativa para saber se teria capacidade para terminar a etapa e, assim, subir ao pódio para receber o seu prémio.
Foi preciso esperar 16.33 minutos desde que o vencedor Alexander Kristoff (Uno-X) ergueu os braços em Lagos para que o corredor da Efapel cortasse a meta, maltratado e com o capacete de outrem, mas, ainda assim, capaz de marcar presença na festa dos ‘vencedores’ da primeira etapa, entre alertas para que não lhe tocassem na parte direita do corpo.
“Hoje, foi um dia muito duro. Foi uma etapa muito longa, estive em fuga todo o dia e, claro, um pouco de pena por ter caído. Mas, pronto, é assim o ciclismo. Aqui, o nível do pelotão é muito alto, e nós fazemos o que é possível”, disse.
Em declarações à agência Lusa, depois de ter subido ao pódio para receber o prémio da inédita iniciativa da organização, Grigorev assumiu-se “feliz”.
“Estive no pódio com grandes ciclistas, é como um sonho”, admitiu.
Eterno trabalhador de equipa, o corredor de 30 anos, que este ano trocou a estrutura de Tavira, onde esteve cinco épocas, pela Efapel, viveu hoje o seu momento de glória, querendo agradecer à sua nova equipa.
“Quero agradecer ao patrocinador Efapel, a todos os diretores e aos meus colegas. É pequena, mas sinto-a como uma vitória”, concluiu.
(Artigo de Ana Marques Gonçalves, da agência Lusa)