Apenas três pilotos venceram em Portimão na categoria rainha do Mundial de MotoGP, cuja segunda prova se disputa a partir de sexta-feira no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), entre os quais o português Miguel Oliveira (Aprilia).
O piloto natural de Almada foi mesmo o primeiro a abrir a garrafa de champanhe no pódio algarvio, em 2020. Desde então, apenas o francês Fabio Quartararo (Yamaha) e o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) venceram em Portimão, na categoria rainha do motociclismo de velocidade.
No entanto, o piloto mais bem-sucedido em terras algarvias até é estreante na categoria principal. O espanhol Pedro Acosta (GasGas) já festejou por três vezes, uma em Moto2 e duas em Moto3.
Em MotoGP, Bagnaia soma dois triunfos, tantos quantos Quartararo, contra apenas um de Miguel Oliveira em Portimão.
Caso Pedro Acosta vença no domingo, torna-se no mais novo de sempre a vencer uma corrida de MotoGP. Terá 19 anos e 304 dias, quebrando o recorde do compatriota Marc Márquez (Ducati), que ganhou o Grande Prémio das Américas com 20 anos e 63 dias, em 2013.
A história do Grande Prémio de Portugal começou em 1987, mas, nesse ano, a prova disputou-se no circuito madrileno de Jarama, em Espanha, onde venceu o norte-americano Eddie Lawson (Yamaha), num ano em que o australiano Wayne Gardner (Honda) se sagrou campeão.
No ano seguinte esteve prevista uma segunda edição do Grande Prémio de Portugal em território espanhol, no circuito andaluz de Jerez de la Frontera, mas, à última da hora, o Governo português não autorizou o uso da denominação, pelo que a prova passou, oficialmente, a designar-se GP Expo’92, de Sevilha.
A partir de 2000, o Grande Prémio de Portugal regressou ao Mundial, já em solo nacional, no circuito do Estoril, onde se manteve até 2012.
Nesse período (13 edições), apenas por cinco vezes o vencedor da prova acabaria por se sagrar campeão mundial. Aconteceu com o italiano Valentino Rossi em 2001, 2002, 2003 (com a Honda) e 2004 (em Yamaha), e com o espanhol Jorge Lorenzo (Yamaha), em 2010.
Nas restantes oito ocasiões, o vencedor no Estoril acabou por perder o campeonato.
A pandemia de covid-19 fez a caravana regressar a Portugal, mas para o Algarve, que se tornou no 72.º circuito diferente a receber uma prova do Mundial, sendo o 29.º traçado a acolher a classe rainha do campeonato, que desde 2002 se designa de MotoGP.
Já no Algarve, o português Miguel Oliveira (KTM) venceu na estreia de Portimão, em 2020, ano que consagraria o espanhol Joan Mir como campeão.
O ano de 2021 voltou a ser exceção, a sexta em 18 visitas a Portugal. O francês Fabio Quartararo (Yamaha) ganhou no circuito algarvio e conquistaria a coroa no final da temporada.
Na segunda visita que o campeonato fez a Portugal nessa época, – a segunda corrida chamou-se Grande Prémio do Algarve e aconteceu devido ao cancelamento da corrida na Austrália pela pandemia –, a vitória sorriu ao italiano Francesco Bagnaia (Ducati).
Quartararo, o protagonista da última exceção à ‘regra’, venceu em 2022 no AIA, mas este ‘bis’ deu-lhe, então, a liderança partilhada do campeonato com o espanhol Álex Rins, mas, no fim do ano foi o seu antecessor que celebrou – e se tornou seu sucessor no historial do Mundial.
Em 2023, seria Bagnaia a vencer novamente.
Nos construtores, Yamaha soma mais dois triunfos do que a Honda na categoria rainha no Grande Prémio de Portugal, sendo que o triunfo em Portimão de Miguel Oliveira em 2020, e de Bagnaia, em 2021, permitiu à KTM e à Ducati intrometerem-se neste domínio nipónico.
Curiosamente, a Honda nunca venceu em Portimão, sendo mesmo o único construtor a falhar um pódio neste circuito.
Entre os pilotos, Rossi é o mais vitorioso, com cinco triunfos (um em 500cc e quatro em MotoGP), seguido dos espanhóis Jorge Lorenzo (três em MotoGP), Toni Elias (uma em MotoGP e duas em 250cc) e Álvaro Bautista (duas em 250cc e uma em 125cc), enquanto Stoner e Quartararo venceram duas vezes em Portugal.
A vitória de Toni Elias, em Honda, em 2006, foi a que teve a margem mais curta de sempre (dois milésimos de segundo) para o segundo, Valentino Rossi.
Também a vitória do espanhol Alex Crivillé em Brno, na República Checa, em 1996, teve idêntica diferença para o australiano Mick Doohan.
Se o espanhol Marc Márquez (Ducati) vencer, passarão 882 dias desde o último triunfo do catalão, no GP da Emilia Romagnia, em 2021.
A 20.ª edição do Grande Prémio de Portugal vai ser disputada pelo quinto ano consecutivo no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, que recebe uma corrida do campeonato pela sexta vez, entre sexta-feira e domingo, na segunda jornada da 76.ª época do principal Campeonato do Mundo de motociclismo de velocidade.
– Ranking por marcas na principal categoria no Grande Prémio de Portugal/Grande Prémio do Algarve:
- 1. Yamaha 9
- 2. Honda 7
- 3. Ducati 2
- 4. KTM 1
– Ranking por pilotos no Grande Prémio de Portugal/Grande Prémio do Algarve:
1. Valentino Rossi (Ita) 5 vitórias (quatro em MotoGP e uma em 500cc)
2. Jorge Lorenzo (Esp) 3 (MotoGP)
- Toni Elias (Esp) 3 (uma MotoGP e duas 250cc)
- Álvaro Bautista (Esp) 3 (duas 250cc e uma 125cc)
5. Dajiro Kato (Jap) 2 (250cc)
- Stefan Brandl (Ale) 2 (Moto2)
- Casey Stoner (Aus) 2 (uma MotoGP e uma 250cc)
- Marc Márquez (Esp) 2 (125cc e Moto2)
- Raúl Fernández (Esp) 2 (Moto3 e Moto2)
- Fabio Quartararo (Fra) 2 (MotoGP)
- Francesco Bagnaia (Ita) 2 (MotoGP)
NOTA: O Grande Prémio de Portugal foi disputado entre 2000 e 2012 no autódromo do Estoril, em 1987 no circuito de Jarama, em Espanha, e desde 2020 em Portimão, que, em 2021, recebeu uma segunda corrida, o Grande Prémio do Algarve.
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