O presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), o português Jorge Viegas, disse esta terça-feira que o regresso do Mundial de MotoGP ao Algarve “mostra bem a confiança na organização do GP de Portugal e na excelência do circuito”.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da entidade máxima do motociclismo mundial assumiu que a escolha do Algarve para acolher a ronda de abertura do campeonato do mundo de velocidade em 2023, decisão hoje anunciada, “também tem a ver com o clima”.
“Pensamos que há boas hipóteses de não chover. Espero muito público presente e espero que possa ser um bom espetáculo”, disse Jorge Viegas.
Desde 2006 que o campeonato não começava na Europa, com o circuito de Losail, no Qatar, a acolher as primeiras rondas desde 2007.
No entanto, Jorge Viegas explicou à Lusa que o circuito qatari “está a sofrer grandes obras de remodelação”, com a construção “de um paddock, que antes estava em contentores”, pelo que, em 2023, o GP do Qatar “será uma das últimas provas da temporada”.
Apesar de não querer desvendar, “para já, o calendário”, Jorge Viegas revelou, no entanto, que, a seguir a Portugal, a caravana do Mundial deve seguir “para fora da Europa”, pelo que estão reunidos os ingredientes para que a prova portuguesa “tenha muito público”.
“Quisemos anunciar já que o campeonato começa em Portugal para dar tempo às equipas para se prepararem e para o AIA [Autódromo Internacional do Algarve] ter tempo para fazer uma boa promoção do evento, para termos bastante público”, frisou.
O GP de Espanha, em Jerez de la Frontera, deverá manter a sua data habitual, no início de maio.
O facto de em 2022 a prova espanhola ter decorrido uma semana depois do evento português terá contribuído para afastar muito público das bancadas algarvias.
Esta será a 19.ª vez que Portugal acolhe uma prova do Mundial de Velocidade em Motociclismo.
A história do Grande Prémio de Portugal de motociclismo de velocidade começou em 1987 mas, nesse ano, a prova disputou-se no circuito madrileno de Jarama, em Espanha, com triunfo do norte-americano Eddie Lawson (Yamaha).
Também no ano seguinte esteve prevista uma segunda edição do Grande Prémio de Portugal em território espanhol, no circuito andaluz de Jerez de la Frontera, mas, à última da hora, o Governo português não autorizou o uso da denominação, pelo que a prova passou, oficialmente, a ser o GP Expo92, de Sevilha.
A partir de 2000, o Grande Prémio de Portugal regressou ao Mundial, já em solo nacional, no circuito do Estoril, onde se manteve até 2012.
A pandemia de covid-19 fez a caravana regressar a Portugal, em 2020, mas para o Algarve, que se tornou no 72.º circuito diferente a receber uma prova do Mundial, além do 29.º traçado a acolher a classe rainha do campeonato, que, desde 2002, se denomina MotoGP.
Já no Algarve, o português Miguel Oliveira (KTM) venceu na primeira visita da prova a Portimão, em 2020.
Em 2022, Fabio Quartaro (Yamaha) foi o vencedor, com o português Miguel Oliveira a ser quinto classificado.