O Portimonense venceu este domingo por 4-1, na visita ao Boavista, num dos jogos que abriu a 19.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, e ultrapassou os ‘axadrezados’ na classificação, subindo provisoriamente ao nono lugar.
No Estádio do Bessa, no Porto, os algarvios construíram a vitória ainda na primeira parte, com golos de Hélio Varela (18 minutos), Jasper (25) e Carlinhos (35), e consumaram a goleada já nos descontos, através de Luan Silva (90+5), regressando aos triunfos após a derrota na última ronda, para ascenderem cinco postos no campeonato e situarem-se, à condição, na nona posição, com 21 pontos.
O Boavista ainda reduziu, por Makouta, aos 68 minutos, mas não evitou a segunda derrota consecutiva – soma apenas um triunfo nos últimos 14 jogos para o campeonato – e desceu para já a 10.º, com 20 pontos.
Portimonense rebate críticas internas com êxito inequívoco no Bessa
O Portimonense respondeu este domingo em força às críticas deixadas recentemente pelo treinador Paulo Sérgio sobre a postura coletiva da equipa com uma vitória concludente no terreno do Boavista (4-1), para a 19.ª jornada da I Liga de futebol.
No Estádio do Bessa, no Porto, os algarvios quebraram uma sequência de cinco derrotas fora com golos de Hélio Varela (18 minutos), Sylvester Jasper (25), Carlinhos (35) e Luan Campos (90+5), enquanto as ‘panteras’, que se tinham imposto pelo mesmo resultado na primeira volta, minimizaram a sua tarde perdulária com um tento de Gaius Makouta (68).
Uma semana depois de Paulo Sérgio ter lamentado a atitude “cobarde” da sua equipa no desaire caseiro com o Gil Vicente (0-2), da ronda anterior, o Portimonense regressou aos êxitos e subiu provisoriamente ao nono posto, com 21 pontos, um sobre o Boavista, 10.º.
Os ‘axadrezados’ já não ganham em casa desde setembro de 2023, quando venceram o lanterna-vermelha Desportivo de Chaves (4-1), na quinta ronda, e assumiram a liderança partilhada da prova, somando, desde então, apenas um triunfo nos últimos 14 encontros.
Com Pedro Malheiro e Filipe Ferreira nos corredores laterais em relação ao desaire na visita ao campeão nacional Benfica (2-0), os pupilos de Ricardo Paiva até começaram com ligeiro ascendente, mas viram-se surpreendidos pela contundência da equipa de Paulo Sérgio.
Hélio Varela foi descoberto na esquerda por Carlinhos e deu vantagem ao Portimonense com um remate cruzado, que ainda passou pelo meio das pernas do guarda-redes João Gonçalves, aos 18 minutos, num lance suficiente para derrubar a confiança do Boavista.
Sete minutos volvidos, Miguel Reisinho foi desarmado por Lucas Ventura no meio-campo e Carlinhos combinou com Hildeberto Pereira, cuja estreia a titular pelos ‘alvinegros’ foi coroada com uma assistência para a conclusão certeira pela direita de Sylvester Jasper.
Um ‘disparo’ de Róbert Bozeník para defesa de Kosuke Nakamura, aos 27 minutos, deu ânimo ao Boavista, que voltou a importunar o guarda-redes japonês pelo eslovaco e por Salvador Agra, aos 31, com Filipe Relvas a ‘limpar’ essa recarga perto da linha de golo.
Confortável em entregar a iniciativa e esperar pelo momento certo para contra-atacar, o Portimonense puniu outra vez o desacerto alheio aos 35 minutos, num livre direto batido irrepreensivelmente por Carlinhos, aumentando a insatisfação nas bancadas do Bessa.
Reisinho quase esbateu diferenças aos 40 minutos, ao emendar de forma acrobática ao poste um centro de Pedro Malheiro, com um ‘tiro’ alto de Guga, aos 43, e uma defesa a punhos de João Gonçalves ante Hélio Varela, aos 44, a prolongarem a ousadia algarvia.
Com Guga, o capitão Pedrão e Moustapha Seck de regresso à titularidade na defesa, a equipa de Paulo Sérgio tornou-se mais expectante no segundo tempo e viu Nakamura a aplicar-se para deter um pontapé à entrada da área de Pedro Malheiro, aos 48 minutos.
Sylvester Jasper ainda teve um golo anulado por posição ilegal, aos 60 minutos, mas os ‘axadrezados’ ditavam a tendência do encontro e reentraram na discussão aos 68, com Tiago Morais a cobrar um canto na esquerda e Gaius Makouta a concretizar de cabeça.
O Boavista esteve quase a restituir a margem mínima aos 71 minutos, não fosse Róbert Bozeník vacilar na emenda sem oposição ao cruzamento de Vincent Sasso na pequena área, num lance que frustrou em definitivo as expectativas dos anfitriões em pontuarem.
Os ‘alvinegros’ recuperaram fôlego à entrada para o último quarto de hora, com Gonçalo Costa a testar João Gonçalves de livre direto e Lucas Ventura a rasar o alvo, antes de Bozeník arrastar a sua desinspiração com um cabeceamento por cima, aos 81 minutos.
O tempo de compensação refletiu essa produção dissonante das equipas em cada área, com Malheiro a esbarrar em Nakamura, aos 90+2 minutos, em contraste com o suplente Luan Campos, que captou na direita um centro largo de Gonçalo Costa para o 4-1 final.
Declarações após o jogo Boavista-Portimonense (1-4)
– Ricardo Paiva (treinador do Boavista): “Na primeira parte, faltou a atitude, determinação e concentração que nos caracterizam e que nos têm acompanhado nos últimos jogos. Ao encarar uma equipa como o Portimonense, sabíamos que corríamos sérios riscos se não fôssemos fortes na reação à perda da bola e nos duelos e se houvesse erros de ligação.
Chegámos à baliza adversária nos primeiros 10/15 minutos e tivemos alguma serenidade nos momentos ofensivos, ainda que numa velocidade abaixo daquela que é normal, mas esse relaxamento acabaria por nos remeter para um período de 20 minutos, que foi muito mau e que se traduziu em três golos sofridos. Isso, de alguma forma, marcou este duelo.
A partir daí, começámos aos poucos a ir atrás da nossa identidade. Ajustámos coisas ao intervalo e fomos claramente superiores no segundo tempo, mas isso nada rendeu. Julgo que até poderíamos estar aqui mais duas ou três horas e a bola acabava por não entrar.
É compreensível que os adeptos estejam frustrados. Nós também estamos. A questão da pressão e do favoritismo acaba por se remeter para as quatro linhas. Quando não somos capazes de traduzir as nossas intenções e trabalho em atitude, acabamos por pagar uma fatura muito alta e longe daquela que estaríamos a pensar que pudesse suceder no pior cenário. Estamos obrigados a retificar essa atitude para que, no próximo duelo em casa, consigamos dar uma resposta à altura e de acordo com aquilo que os adeptos merecem.
[eventual despedida de Róbert Bozeník no final do jogo] Ele teve uma série de ocasiões, mas acabou por não dar continuidade à produtividade dos últimos tempos. Em relação à despedida, não reparei nem vi. Não é o momento para falar das questões de mercado”.
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Acho que fizemos uma primeira parte muito boa. Apesar da derrota sofrida em casa na última semana [frente ao Gil Vicente, por 2-0, para a 18.ª ronda], enchemo-nos de coragem para vir ao Bessa e pressionar o Boavista.
Muitas vezes, arriscámos a pôr homem por homem [nas marcações] lá atrás, subindo o Carlinhos na pressão ao segundo central. Os médios foram crescendo em cima do Gaius Makouta e do Sebastián Pérez. Libertámos, às vezes, o Miguel Reisinho nas costas para esse tal mano a mano com um dos nossos centrais. Quiçá, isso surpreendeu o Boavista.
Fomos muito melhores no primeiro tempo. Na segunda parte, com uma vantagem de 3-0, disse aos meus jogadores que apenas podíamos deixar fugi-la se desaparecêssemos de campo ou se fizéssemos alguma asneira por relaxamento, tal como, às vezes, acontece.
No segundo tempo, começámos a perder o Hildeberto Pereira, o cansaço foi surgindo e a equipa deixou de procurar jogar. Quisemos muito guardar a vantagem, mas eu estava ali num dilema: se deveria combater a minha equipa para que continuássemos a jogar ou se os deixava estar confortáveis. Fomos gerindo, porque as vitórias não têm abundado, nem essa confiança para continuar a fazer aquilo que fizemos na primeira era a mais elevada.
Cedi à vontade deles e fomos muito pragmáticos a guardar essa vantagem, mas tivemos possibilidades para aumentar o marcador e outras saídas em que podíamos ter magoado mais o Boavista, que teve de arriscar muito para tentar voltar ao jogo. Penso que fizemos uma partida competente e foram três pontos bastante importantes na nossa caminhada”.
Jogo no Estádio do Bessa, no Porto
Boavista – Portimonense, 1-4
Ao intervalo: 0-3
Marcadores:
- 0-1, Hélio Varela, 18 minutos.
- 0-2, Sylvester Jasper, 25.
- 0-3, Carlinhos, 35.
- 1-3, Gaius Makouta, 68.
- 1-4, Luan Campos, 90+5.
Equipas:
– Boavista: João Gonçalves, Pedro Malheiro, Vincent Sasso, Rodrigo Abascal, Filipe Ferreira (Martim Tavares, 85), Sebastián Pérez, Gaius Makouta, Salvador Agra (Luís Santos, 64), Miguel Reisinho (Bruno Lourenço, 46), Tiago Morais e Róbert Bozeník.
(Suplentes: Tomé Sousa, Ibrahima Camará, Bruno Lourenço, Luís Santos, Masaki Watai, Ilija Vukotić, Martim Tavares, Bernardo Conceição e Tiago Machado).
Treinador: Ricardo Paiva.
– Portimonense: Kosuke Nakamura, Guga, Pedrão, Filipe Relvas, Moustapha Seck, Dener, Lucas Ventura, Sylvester Jasper (Ronie Carrillo, 81), Carlinhos (Ricardo Sousa, 90+2), Hélio Varela (Luan Campos, 81) e Hildeberto Pereira (Gonçalo Costa, 68).
(Suplentes: Vinícius Silvestre, Ricardo Sousa, Davis Silva, Gonçalo Costa, Ronie Carrillo, Luan Campos, Igor Formiga, Rafael Alcobia e Zinho).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: Bruno Pires Costa (AF Viana do Castelo).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Vincent Sasso (34), Hélio Varela (72), Rodrigo Abascal (75) e Dener (83).
Assistência: 6.917 espetadores.
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