Já não sobra praticamente nada para o final da temporada de MotoGP de 2021. Faltam apenas duas corridas para terminar um percurso em que o campeão já é conhecido. No Grande Prémio da Emilia Romagna, Fabio Quartararo foi coroado graças à queda inesperada de Francesco (Pecco) Bagnaia quando liderava sozinho.
Por isso, a 17.ª ronda do Campeonato de MotoGP terá outros atrativos, uma vez que o mistério de quem será o sucessor de Joan Mir (Suzuki) já foi desvendado. Será preciso ver quem é capaz de triunfar num circuito que já foi palco este ano. Na primeira prova disputada no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, que decorreu no pretérito mês de Abril, o Fabio Quartararo venceu com total precisão.
Para a prova deste fim-de-semana, “El Diablo” assume o estatuto de favorito, numa corrida em que Pecco Bagnaia e Joan Mir “jogam” todos os triunfos para festejarem o título de vice-campeão. O piloto italiano usufrui de uma enorme vantagem, ou seja, 202 pontos relativamente aos 175 do piloto da Suzuki.
Outro ponto a ter em linha de conta é a ausência do espanhol da Honda, Marc Márquez. O piloto, que vinha de duas vitórias consecutivas (Austin e Misano 2), não vai alinhar em Portimão. Segundo a equipa Repsol Honda, Marc Márquez sofreu uma “concussão” após uma queda, quando treinava para a prova algarvia no último sábado.
O piloto natural de Cervera aspirava entrar no “top five”, ocupando atualmente a sexta posição, com 142 pontos, em que o foco passava por ultrapassar Jack Miller (quinto, com 149) e Johann Zarco (quarto com 152).
O espanhol da Repsol Honda estava a ter um crescimento de forma impressionante e a marca japonesa já teria encontrado a fórmula para coadjuvar Pol Espargaró a pilotar a “indomável” Honda RC213V. Com o afastamento de Marc Márquez, a terceira vitória consecutiva ficou irremediavelmente fora de questão, assim como ficou embargada a ambição de Pol Espargaró para uma eventual segunda dobradinha para a Repsol Honda.
Quem também não vai ser alvo de atenções redobradas é Valentino Rossi. Depois de excelentes exibições em Portugal, o piloto italiano da Petronas Yamaha SRT fará no Autódromo Internacional do Algarve a sua derradeira corrida de motos em solo nacional. Perante este cenário, os fãs portugueses, e não só, terão a oportunidade de despedir-se em pista daquele que é considerado por muitos como o melhor piloto de sempre de MotoGP.
Miguel Oliveira na montanha russa de fortes emoções
O “Falcão” da Charneca da Caparica, que não teve a sorte do seu lado na antepenúltima prova do Campeonato do Mundo MotoGP, realizada no Misano World Circuit Marco Simoncelli, em Itália, está bastante motivado para fazer jus à “sua” prova. Fazer da “montanha russa” de Portimão o parque de diversões aos comandos da sua KTM RC16 #88 está no pensamento de Miguel Oliveira, que não desperdiça a oportunidade para dar espetáculo junto da família lusitana.
O piloto da Red Bull KTM Factory quer manter os índices de confiança patenteados na segunda visita ao Misano World Circuit Marco Simoncelli e evidenciar o tão desejado nível competitivo e sentir o calor humano proveniente das bancadas do Autódromo Internacional do Algarve dos milhares de fãs.
O legítimo apoio começou logo na quarta-feira quando Miguel Oliveira efetuou a viagem de moto a partir do Cristo Rei, em Almada, até Portimão. Com os militares da GNR a assumir o papel de batedores de excelência e incentivado por várias centenas de fãs, também em motos, o “Falcão” da Charneca da Caparica “deslizou” na “onda” de boa energia e com um apoio adicional ao piloto da KTM.
No último compromisso, em solo italiano, Miguel Oliveira esteve a um nível superior, efetuando um arranque “canhão” logo após o semáforo se ter apagado, saltando de imediato para a segunda posição, mas ainda nos primeiros momentos desceu ao quinto posto, onde começou a desenhar uma corrida muito positiva.
Com um bom e sólido ritmo, o piloto de Almada cimentou essa quinta posição com o acumular de voltas, subindo ainda na primeira metade da mesma ao quarto posto e sempre a espreitar’ um lugar no pódio. Mas a cinco voltas do final e com o pódio em “mira”, Miguel Oliveira acabou por cair numa curva lenta e ficou arredado de forma inglória da possibilidade de receber a bandeira de xadrez na prova italiana.
Apesar deste desfecho, o piloto da KTM está bastante motivado para enfrentar o próximo desafio no Autódromo Internacional do Algarve. Os progressos são mais que evidentes e, no Grande Prémio “caseiro”, Miguel Oliveira, da equipa Red Bull KTM Factory, está desejoso de regressar aos bons resultados. Será a terceira vez que o campeonato se instala no “paddock” do circuito algarvio, sendo que, na primeira visita, em novembro de 2020, foi Miguel Oliveira quem então venceu a prova.
Remy Gardner e Pedro Acosta na mira da Moto2 e Moto3
O piloto australiano Remy Gardner (Kalex) e o espanhol Pedro Acosta podem sair do Autódromo Internacional do Algarve com o estatuto de campeões mundiais em Moto2 e Moto3, respetivamente.
Remy Gardner vai desfrutar do seu primeiro “match-ball” no traçado algarvio. O australiano, que soma mais 18 pontos que Raúl Fernández (Kalex), precisa apenas de somar 33 nas duas corridas que ainda faltam disputar A coroa, no entanto, pode ser colocada em Portimão. Afastado da luta pelo título está já Marco Bezzecchi, no terceiro lugar, com 206 pontos.
Por sua vez, Pedro Acosta (KTM) está melhor do que Remy Gardner. O piloto espanhol encontra-se atualmente com uma vantagem de 21 pontos sobre Dennis Foggia. O “Tiburon de Mazarrón” sabe que tem que “tirar” cinco pontos ao italiano e, caso vença em Portimão, uma pista de boas recordações em que venceu em Abril, o piloto do país vizinho regressa a casa com ceptro no bornal.