O Moreirense voltou este sábado aos triunfos na I Liga portuguesa de futebol e segue confortável no sexto lugar da competição, depois de vencer por 1-0 na visita ao Farense, em jogo da 23.ª jornada.
Em Faro, Madson Monteiro marcou o único golo, aos 28 minutos, numa partida em que os algarvios jogaram reduzidos a 10 elementos desde os 36 minutos, por expulsão de Mattheus Oliveira, com cartão vermelho direto.
Após a derrota com o Sporting, na ronda anterior, o Moreirense reentrou no caminho das vitórias e segue isolado na sexta posição, com 38 pontos, enquanto o Farense averbou o quinto encontro consecutivo sem vencer no campeonato e está no nono posto, com 26.
Moreirense em ‘serviços mínimos’ venceu Farense em inferioridade numérica
Um golo de Madson bastou este sábado para um Moreirense em ‘serviços mínimos’ bater por 1-0 o Farense, em inferioridade numérica quase uma hora, em jogo da 23.ª jornada da I Liga de futebol.
No Algarve, o tento do extremo brasileiro, aos 28 minutos, o seu quinto no campeonato, fez a diferença a favor dos forasteiros, que controlaram até final a vantagem mínima sobre os algarvios, limitados pelo cartão vermelho mostrado a Mattheus Oliveira ainda na primeira parte (36).
O Moreirense permanece no sexto lugar, com 38 pontos, a três do Vitória de Guimarães, que este sábado recebe o Casa Pia, enquanto o Farense, que registou o quinto encontro seguido sem ganhar, ocupa à condição o nono lugar, com 26.
Depois de as duas equipas terem perdido na jornada anterior, os dois técnicos fizeram um total de seis mudanças, todas de cariz tático: no Farense, José Mota introduziu duas novidades em relação à derrota em Braga (2-1), enquanto no Moreirense Rui Borges operou quatro alterações face ao desaire caseiro frente ao Sporting (2-0).
Rafael Barbosa, titular pela primeira vez no campeonato após 16 partidas como suplente utilizado, tentou dar o mote para os algarvios, em ‘4-3-3’, com um remate ao lado, logo aos 11 segundos de jogo, mas o Moreirense, em ‘4-2-3-1’, pegou na bola e controlou o primeiro quarto de hora.
Pouco depois de uma ameaça de Madson, num pontapé de ‘bicicleta’ à figura, aos 12 minutos, o jogo entrou numa toada de equilíbrio e alguma passividade a meio-campo, com a falta de criatividade no plano ofensivo, nos dois lados, a manter o perigo longe das balizas.
Foi mesmo num lance de bola parada que, aos 28 minutos, os minhotos desfizeram o ‘nulo’ inicial: após lançamento lateral, a bola sobrou para João Camacho e o extremo português assistiu Madson, que rematou para defesa de Ricardo Velho e viu a bola ressaltar no seu corpo antes de entrar na baliza.
Aos 36 minutos, novo ‘golpe’ para o Farense, que ficou reduzido a 10 unidades devido a uma entrada dura de Mattheus Oliveira sobre Fabiano, com o árbitro Nuno Almeida a trocar o cartão amarelo inicial pelo vermelho após ter observado as imagens a conselho do videoárbitro.
Os algarvios ‘arrumaram-se’ em ‘4-4-1’, ao intervalo Zé Luís substituiu o lesionado Bruno Duarte e, aos 55, Marco Matias entrou para refrescar a ala direita de um Farense que, mesmo em inferioridade numérica, não baixou linhas e tentou sempre dividir o domínio de jogo.
Os minutos passavam e o Moreirense ia controlando a vantagem mínima com circulação de bola, arriscando pouco para chegar ao 2-0 e conseguindo ‘sacudir’ as investidas ofensivas dos algarvios, numa fase em que as jogadas de perigo escasseavam.
No último quarto de hora, o resultado manteve-se em aberto, mas o Farense, que arriscou com os extremos Elves Baldé e Belloumi a terminarem como laterais, teve pouco discernimento ofensivo e não somou qualquer ‘tiro’ enquadrado com a baliza na segunda metade.
No assédio final à área dos minhotos, Zé Luís amorteceu de peito após cruzamento da esquerda e o central Gonçalo Silva, a jogar no ataque nos derradeiros minutos, atirou muito por cima (90+4 minutos).
Declarações após o jogo Farense-Moreirense (0-1)
– José Mota (treinador do Farense): “Já sabíamos que ia ser um jogo extremamente difícil, porque este adversário é bom, já tem sete ou oito vitórias por 1-0. Esta equipa, quando está a vencer, dificilmente sofre. E, mais uma vez, isso provou-se.
Não foi um jogo com muitas oportunidades, pelo contrário. Houve muita entrega a meio-campo, pouco espaço para jogar. O Moreirense entrou melhor, controlou nos primeiros 20 minutos, sem criar perigo, e nós sem grande acutilância, sem grande agressividade e sem grande pressão sobre o portador da bola. Não foi isso que tinha pedido, não foi isso que trabalhámos.
Veio o golo, melhorámos, mas acaba por surgir a expulsão. Tínhamos de fazer alguma coisa ao intervalo – ter mais agressividade, ganhar mais duelos – e conseguimos entrar no jogo, dominar o meio-campo, mesmo em inferioridade numérica.
Até ao apito final, olhávamos para o jogo e pensávamos que ia dar para nós. Mas o Moreirense defendeu bem. Arriscámos como poderíamos ter feito, fomo-nos alimentando com a nossa determinação e as alterações produzidas, que deram mais agressividade, e tivemos algumas situações, mas umas vezes não tivemos capacidade e outras vezes o adversário, com todo o mérito, bem posicionado e com uma defesa estável e experiente, foi anulando essas investidas.
Foi pena porque, com toda a sinceridade, acho que este resultado é injusto. Não acho que o Moreirense se tivesse superiorizado ao Farense. Fez um golo, mas, no cômputo geral, nenhuma equipa se superiorizou à outra. No final, é sempre um golo que acaba por prevalecer. E prevaleceu esse golo do Moreirense, que lhes deu os três pontos. O resultado mais justo seria, sem dúvida, o empate.
[Cinco jogos sem vencer] Este é um ciclo difícil. Jogar com FC Porto, Famalicão, Sporting de Braga, Moreirense, estamos a falar de equipas do meio da tabela para cima. Na primeira volta, por esta altura, tínhamos seis pontos, agora temos cinco. Não é assim tão mau, ou é? Sabemos o nosso percurso, o que temos de fazer. Ou vocês acham que o Farense era candidato a fazer sempre três ou quatro vitórias seguidas? Não há nenhuma equipa que não tenha este tipo de ciclos, até os ‘grandes’ têm”.
– Rui Borges (treinador do Moreirense): “Entrámos bem no jogo, a querer controlar, a querer ter bola, com muita mobilidade e a perceber que espaços tínhamos de atacar para tomarmos decisões na fase de criação com superioridade sobre o Farense.
A equipa correspondeu ao que queríamos e chegámos ao golo num lance diferente, de lançamento. Depois da expulsão, controlámos à mesma, mas o jogo torna-se muito perigoso. O Farense, já contra outras equipas, reduzidos a 10 jogadores, tiveram um compromisso e uma alma enormes, fizeram golos em alguns desses jogos.
Sabíamos que o jogo se tornava perigoso, porque iam deixar de existir os espaços que identificámos antes do jogo. Porque o Farense se tornou uma equipa mais coesa, mais compacta, com bloco mais baixo. Alertámos para isso ao intervalo, que tínhamos de controlar o jogo e evitar perder bolas em jogo interior, para não nos expormos a transições.
A equipa correspondeu bem, nos processos defensivo e ofensivo, e conseguimos controlar o jogo de início ao fim. O Farense, aqui em casa, torna-se uma equipa muito comprometida, muito intensa, à espera de uma bola parada. Fomos muito competentes também nesse momento de jogo”.
Jogo disputado no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Moreirense, 0-1
Ao intervalo: 0-1
Marcadores:
0-1, Madson Monteiro, 28 minutos.
Equipas:
– Farense: Ricardo Velho, Pastor (Belloumi, 66), Gonçalo Silva, Muscat, Talocha (Cristian Ponde, 83), Cáseres (Cláudio Falcão, 66), Fabrício Isidoro, Mattheus Oliveira, Elves Baldé, Rafael Barbosa (Marco Matias, 55) e Bruno Duarte (Zé Luís, 46).
(Suplentes: Miguel Carvalho, Igor Rossi, Talys, Cláudio Falcão, Vítor Gonçalves, Belloumi, Zé Luís, Marco Matias e Cristian Ponde).
Treinador: José Mota.
– Moreirense: Kewin Silva, Fabiano, Carlos Ponck, Maracás, Frimpong, Lawrence Ofori (Alanzinho, 85), André Castro (Rúben Ismael, 71), Madson (Hernâni Infande, 85), Gonçalo Franco, João Camacho (Kodisang, 71) e Luís Asué (Vinicius Mingotti, 90+5).
(Suplentes: Caio Secco, Dinis Pinto, Marcelo, Pedro Amador, Rúben Ismael, Alanzinho, Kodisang, Hernâni Infande e Vinicius Mingotti).
Treinador: Rui Borges.
Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Cáseres (27). Cartão vermelho direto para Mattheus Oliveira (36).
Assistência: 4.646 espetadores.
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