Foi esta quarta-feira divulgada a primeira parte da entrevista de Cristiano Ronaldo ao jornalista britânico Piers Morgan. Numa conversa onde falou sobre a vida familiar e a carreira na Premier League, Ronaldo deixou críticas ao Manchester United. Revelou também que o City esteve muito perto de o contratar, mas que os seis anos de história no United acabaram por falar mais alto.
“Honestamente, esteve perto. Foi algo que falaram imenso. O [Pep] Guardiola [treinador do Manchester City] disse há semanas que tentaram muito ter-me, mas tenho a minha história no Manchester United. Fiquei surpreendido, mas foi uma decisão consciente, já que o coração falou mais alto nessa altura”,
Cristiano Ronaldo regressou ao Manchester United em 2021, mas esta última temporada não correspondeu às expectativas do craque. CR7 deixou várias críticas à equipa britânica, afirmando ter ficado “parado no tempo” – uma situação que, acredita, piorou depois da saída de Sir Alex Ferguson, ex-treinador do Clube.
“Não sei o que se passa, mas o progresso foi zero desde a saída de Alex Ferguson, em especial a nível de tecnologia. Comparado com Real Madrid e Juventus, o Manchester United está atrás desses clubes. Um clube desta dimensão deveria estar no top 3. Não está a esse nível, mas espero que consiga lá chegar nestes próximos anos”, enquadrou.
O capitão da seleção portuguesa afirmou ainda que Wayne Rooney, antigo jogador do Manchester United, o atacou publicamente, considerando um comportamento “incompreensível”. Apesar de dizer não saber o porquê dos ataques, uma vez que eram “amigos”, CR7 admite a possibilidade de ser motivado por inveja.
“Sempre estive com os melhores treinadores do mundo, casos de Zinédine Zidane, Carlo Ancelotti, José Mourinho, Fernando Santos e Massimiliano Allegri. Aprendi com todos e quando vês um novo treinador que quer revolucionar o futebol, não posso concordar. Faz parte do negócio. No fim de contas, estou no clube para ganhar e quero ajudá-lo com a minha experiência. Alguns treinadores não aceitam, mas faz parte do trabalho”, concluiu.
Morte do filho, a família e as manchetes dos jornais
Além da carreira futebolística, Cristiano Ronaldo admite que a morte de um dos filhos gémeos foi um momento muito difícil. Partilhou ainda que guarda as cinzas do bebé junto das do pai, numa capela que tem em casa, e fala com ele todos os dias.
“Não percebemos porque é que aquilo nos acontece. Foi difícil, para ser franco. Foi muito, muito difícil entender o que se passava naquele período da nossa vida. Como sabe, o futebol continua. É tudo muito rápido, há muitas provas, o futebol não para. Participamos em muitas provas. Aquele foi talvez o momento mais difícil da minha vida, para mim e para a minha família, principalmente para a Georgina”.
Cristiano Ronaldo revelou que recebeu uma carta de condolências da família real e agradeceu o apoio dos adeptos britânicos, por quem tem “muito respeito”.
“Voltar a treinar depois da morte do meu filho foi muito difícil, mas a minha família apoiou-me e os treinos também ajudaram a amenizar a dor”, partilha o jogador.
Sobre a possibilidade de ter mais filhos, CR7 diz não estar nos planos, mas não fecha a porta. O casamento é algo que “pode acontecer no futuro”.
Cristiano Ronaldo deixou ainda críticas aos jornalistas, afirmando que a razão por que o põe nas capas dos jornais é porque sabem que vão ganhar mais com isso. Afirma que não lê as notícias e que a “maioria são lixo e mentiras”.
A entrevista do craque português foi dividida em duas partes. A transmissão da segunda parte decorre esta quinta-feira na televisão britânica. Nesta parte, Cristiano Ronaldo irá falar sobre Lionel Messi e deixar revelações sobre as pessoas dentro do Manchester United que, segundo ele, quiseram ver-se livres do jogador.