Atletas russos e bielorrussos foram excluídos dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim, anunciou quinta-feira o Comité Paralímpico Internacional (IPC), na véspera da abertura da competição.
Na quarta-feira, e sequência da invasão russa da Ucrânia em que a Bielorrússia colabora, o IPC anunciou que os atletas russos e bielorrusos poderiam participar mas sob bandeira neutra, mas a decisão foi contestada em vários países.
“Nas últimas 12 horas, um esmagador número de membros entrou em contacto connosco”, disse o presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons, em conferência de imprensa.
“Disseram-nos que, se não reconsiderássemos a nossa decisão, é provável que tivesse graves consequências”, acrescentou Parsons, referindo-se à potencial recusa de muitos atletas de competir contra russos ou bielorrussos.
Aos atletas da Rússia e Bielorrússia, Parsons disse: “lamentamos muito que sejam afetados pelas decisões que os vossos governos tomaram na semana passada de violar a trégua olímpica. São vítimas das ações dos vossos governos”.
“O que foi claro é que a situação, a agravar-se de forma rápida, nos colocou em uma posição singular e impossível tão perto do início dos Jogos”, disse o responsável.
Pequim, que acolheu entre 04 e 20 de fevereiro os Jogos Olímpicos de Inverno, será palco da competição paralímpica entre sexta-feira e 13 de março.
A Rússia tinha 71 atletas qualificados para Pequim, enquanto a Ucrânia tem uma delegação com 20 atletas.
COMITÉ OLÍMPICO INTERNACIONAL DEFENDEU DECISÃO DE BANIR RUSSOS
O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, apelou na quarta-feira a todas as federações desportivas para que excluam os atletas da Rússia e da Bielorrússia.
“Uma competição justa não poderá ocorrer se os atletas russos participarem livremente [em provas], enquanto colegas ucranianos são atacados”, disse Thomas Bach.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL, com Lusa