O antigo piloto de motociclismo Felisberto Teixeira, único português a participar na categoria rainha do Mundial de velocidade antes de Miguel Oliveira, acredita que este pode chegar à última corrida “a discutir o título mundial” de MotoGP.
Felisberto Teixeira, que atualmente colabora com a equipa de ciclismo W52-FC Porto, foi o primeiro português a disputar uma prova da classe rainha do campeonato do mundo de velocidade, na altura denominada 500cc.
Foi no Grande Prémio de Espanha de 1998, em Jerez de la Frontera, que Felisberto Teixeira entrou para a história, apesar de não ter conseguido pontuar, depois de uma corrida que disputou com o cóccix fraturado na sequência de uma queda sofrida nos treinos livres dessa corrida, que disputou aos comandos de uma Honda NSR 500 da Honda Shell Australia.
Agora, mais de 20 anos depois da única experiência de um português ao mais alto nível, o antigo piloto, que foi várias vezes campeão nacional de velocidade e venceu o GP de Macau de motociclismo, vê a possibilidade de um português lutar pelo título mundial.
“Esta é a primeira de várias vitórias” que Miguel Oliveira irá somar, acredita o antigo piloto. “Não vamos dizer que é fácil ganhar corridas de MotoGP, pois o nível é muito alto e há muita gente a andar muito bem. Mas o Miguel é dos melhores que lá estão e a mota está cada vez melhor”, frisou Felisberto Teixeira à Agência Lusa.
Baseando-se na sua experiência, que incluiu a disputa do Mundial de Resistência ou provas do Europeu de Velocidade, Felisberto Teixeira diz que “o nível da MotoGP está muito alto e mais equilibrado sem o Marc Márquez”.
“As corridas são muito fortes, é fácil errar e tem de se lá estar para beneficiar dos erros dos outros”, destacou, considerando que a vitória foi “mais do que justa”.
“Já em Jerez de la Frontera poderia ter discutido o pódio facilmente, mas não teve culpa da queda [motivada pelo sul-africano Brad Binder]. Na semana passada também foram circunstâncias de corrida [queda depois de um toque de Pol Espargaró]. Mas se não têm acontecido, o Miguel Oliveira poderia já estar a discutir campeonato do mundo. Facilmente teria mais 30 pontos e era um sério candidato ao título”, sublinhou Felisberto Teixeira.
Ainda assim, o antigo piloto acredita que é possível ao português da Tech3 chegar à derradeira prova, em Portimão, ainda com hipóteses de lutar pelo título. E, nessa circunstância, “será muito difícil de ser batido naquela pista”.
Para já, seguem-se duas corridas no circuito de Misano, em San Marino. “O Miguel anda bem em Misano. Corri lá muitas vezes e sei que tem uma parte muito rápida. Hoje, faz-se em sentido contrário ao que se fazia no meu tempo, mas é uma pista em que pode fazer um bom resultado.”
O piloto de Almada tornou-se hoje no primeiro português a vencer uma prova da categoria rainha do Mundial de velocidade em motociclismo, ao ganhar o GP da Estíria de MotoGP, na Áustria.
Até hoje, apenas nove dos 24 pilotos que já disputaram provas este ano sabiam o que é vencer em MotoGP, incluindo os campeões Marc Márquez e Valentino Rossi.
Desses, apenas Márquez e Brad Binder venceram na temporada de estreia, enquanto que Miguel Oliveira venceu ao 21.º GP que disputou, quinta prova da sua segunda temporada em MotoGP.
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