O Casa Pia subiu hoje provisoriamente ao quarto lugar da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer em casa do Portimonense, por 2-1, com um golo de Antoine nos descontos do jogo da 14.ª jornada.
Em Portimão, Neto, de livre, aos 31 minutos, adiantou os visitantes, e Luquinha empatou para os algarvios, de grande penalidade, quatro minutos depois, com Antoine, aos 90+4, a garantir a vitória para os lisboetas, que passaram a somar 26 pontos, mais um do que o Sporting, que tem menos um jogo.
O Portimonense, que apenas venceu um dos últimos sete encontros do campeonato, mantém-se na sétima posição, com 19 pontos.
Antoine saiu do banco para dar triunfo ao Casa Pia em Portimão nos descontos
O Casa Pia somou hoje o quinto triunfo em sete jogos fora na I Liga portuguesa de futebol, ao bater o Portimonense por 2-1, em jogo da 14.ª jornada da prova decidido pelo golo do suplente Antoine nos descontos.
No regresso após a pausa para o Mundial2022, o golo do avançado francês (90+4 minutos), o seu primeiro no campeonato, fez justiça à melhor segunda parte dos lisboetas, depois de a primeira metade ter sido marcada pelo equilíbrio e pelos tentos de Ângelo Neto (31) e Luquinha (35, de grande penalidade).
O Casa Pia subiu provisoriamente ao quarto lugar, com 26 pontos, enquanto o Portimonense, que registou o quarto encontro caseiro consecutivo sem vencer, ocupa o sétimo posto, com 19.
O Portimonense apresentou-se num ‘4-4-2’ elástico, com o médio Klismahn a posicionar-se à esquerda no meio-campo, enquanto os ‘casapianos’, sem dois dos mais importantes titulares, o lateral Leonardo Lelo (lesão) e o extremo Godwin (castigo), apostaram no habitual ‘3-4-3’.
As duas equipas proporcionaram um encontro bastante mexido e equilibrado nos primeiros 45 minutos, na posse de bola e nas oportunidades, que surgiram de forma constante junto de ambas as balizas.
Depois de uma fase inicial de estudo, o ritmo aumentou a partir do quarto de hora inicial, com um remate para fora de Luquinha, em excelente posição, pouco tempo depois de uma incursão individual de Ouattara travada pelo defesa Zolotic.
O Casa Pia, a fluir o seu futebol mais à esquerda, em zonas pisadas pelo criativo Romário Baró, reagiu e teve duas boas oportunidades, mas Moufi e Pedrão cortaram os remates de Derick Poloni (22) e Lucas Soares (26).
As melhorias evidenciadas pelos forasteiros acabaram por expressar-se no marcador, aos 31 minutos, num livre frontal de Ângelo Neto, com alguma fortuna: a bola bateu em Filipe Relvas, na barreira, e ‘traiu’ Nakamura, que se lançava na direção oposta.
A vantagem dos lisboetas durou apenas quatro minutos: Lucas Soares derrubou Yago Cariello na pequena área quando este tentava chegar a um cruzamento de Moufi, e Luquinha converteu a respetiva grande penalidade (35).
Até ao intervalo, as duas equipas dispuseram de ocasiões flagrantes: aos 39, Romário Baró assistiu Lucas Soares que, isolado, não conseguiu ultrapassar a ‘mancha’ de Nakamura, e, aos 45, Luquinha isolou Yago Cariello, que rematou cruzado, a centímetros do poste esquerdo.
Após o intervalo, o Casa Pia reentrou no jogo com mais acutilância – Romário Baró chutou na relva e na bola e atirou ao lado (48) e Nakamura opôs-se a Kunimoto (54 e 60) e Rafael Martins (60) -, levando Paulo Sérgio a reforçar o ataque do Portimonense com Ricardo Matos.
Com os algarvios ‘ausentes’ do jogo na segunda metade, o conjunto de Filipe Martins foi mantendo o ascendente, mas com menor ritmo, escasseando as ocasiões de golo após a primeira hora de partida.
Os locais, sem soluções para ‘mexer’ com o encontro e aparentemente confortáveis com o empate, deixaram o jogo arrastar-se até ao fim, mas, nos descontos, quando já ninguém esperava, o Casa Pia acabou por chegar ao triunfo.
Nakamura ainda evitou um remate com ‘selo’ de golo de Derick Poloni, mas não conseguiu impedir o cabeceamento certeiro de Antoine, saído do banco aos 86, na sequência de cruzamento de Lucas Soares, confirmando estar de ‘pé quente’, após um golo na Taça da Liga.
Declarações dos treinadores após o jogo
Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “[Foram] duas partes distintas. Fizemos um jogo bastante razoável no primeiro tempo. Contra uma excelente equipa, bem trabalhada, com uma linha de cinco quando estão em baixo, que dificulta muito em entrarmos, mas fomos fazendo pela vida.
O Casa Pia é muito feliz, chega ao golo com uma bola que desvia na barreira. Mas nós tivemos alma, fomos à procura e saímos empatados ao intervalo.
No segundo tempo, no momento em que introduzo o Ricardo Matos, arriscando pressionar três para três a saída do Casa Pia, e ficando nós a rodar por trás para garantir a segurança defensiva, o jogo ficou partido, muito direto. Não deixámos o Casa Pia construir, mas eles também nos impossibilitaram muitas das vezes.
O que fez grande diferença, naquele momento, foram as segundas bolas e nós não fomos competentes nessa matéria. Porque Diaby e Estrela estavam condicionados por amarelos desde muito cedo e a segunda bola, a que joga e faz fluir o jogo, foi maioritariamente conquistada pelo Casa Pia, o que os levou a ter mais ataques do que nós.
E o Casa Pia volta a ser muito feliz, em chegar ao golo já depois da hora. Temos de lhes dar os parabéns, levantar a cabeça e olhar para frente”.
Filipe Martins (treinador do Casa Pia): “A segunda parte foi – e não quero faltar ao respeito a ninguém – ainda mais bem conseguida do que a primeira parte.
Na primeira parte, também conseguimos manter o Portimonense fora das zonas de perigo. Tiveram um cabeceamento, além do penálti. E tivemos algumas oportunidades para fazer golo, não tantas como na segunda parte, realmente muito bem conseguida.
Mas, para que isso acontecesse, acho que se deve a uma estratégia que nos correu bem. Condicionámos bem o jogo do Portimonense, uma equipa muito organizada, bem orientada e com bons valores individuais. Tivemos de ser muito competentes para parar o jogo ofensivo do Portimonense.
O maior segredo desta equipa é o grupo que nós temos. Não existem ‘estrelas’, valemos por um todo. Já tínhamos dado, no passado, provas de que, quando não joga um, a equipa continua o seu caminho, umas vezes melhor, outras pior.
Hoje, acho que foi, na globalidade, o melhor jogo que fizemos este ano, possivelmente sem os dois jogadores mais mediáticos da equipa [Leonardo Lelo e Godwin]. Não foi por isso que não deixámos de ser uma equipa muito competente e com qualidade.
Costumo dizer que os mais importantes dentro do grupo são aqueles que não jogam, porque são esses que dão o caráter ao grupo. O Lelo tem feito uma época excelente e o Derick Poloni, que tem vindo a esperar a sua oportunidade há muito tempo, hoje teve a sua oportunidade de jogar na Liga pela primeira vez a titular e fê-lo muito bem.
E o Antoine nem jogou numa posição que é natural dele, mas resultou a 100%, como extremo aparecendo a segundo avançado, porque fomos felizes na altura em que fizemos o golo. Esse golo da vitória é inteiramente justo, contra uma excelente equipa, mas podia ter aparecido mais cedo”.
Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão
Portimonense – Casa Pia, 1-2
Ao intervalo: 1-1
Marcadores:
0-1, Ângelo Neto, 31 minutos.
1-1, Luquinha, 35 (grande penalidade).
1-2, Antoine, 90+4.
Equipas:
– Portimonense: Nakamura, Moufi, Pedrão, Filipe Relvas, Seck, Diaby (Henrique Jocu, 72), Paulo Estrela (Bruno Reis, 72), Ouattara, Klismahn (Ricardo Matos, 62), Luquinha (Rui Gomes, 86) e Yago Cariello (Sapara, 86).
(Suplentes: Mateus, Henrique Jocu, Ricardo Matos, Gonçalo Costa, Kim, Róchez, Rui Gomes, Sapara e Bruno Reis).
Treinador: Paulo Sérgio.
– Casa Pia: Ricardo Batista, Fernando Varela, Vasco Fernandes, Zolotic, Lucas Soares, Taira (Cuca, 86), Ângelo Neto (Yan Eteki, 77), Derick Poloni, Kunimoto (Vitó, 77), Romário Baró (Antoine, 86) e Rafael Martins (Clayton, 62).
(Suplentes: João Victor, Eduardo Fereira, João Nunes, Léo Bolgado, Antoine, Cuca, Vitó, Yan Eteki e Clayton).
Treinador: Filipe Martins.
Árbitro: Carlos Macedo (AF Braga).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Paulo Estrela (11), Taira (17), Diaby (27), Lucas Soares (33), Klismahn (52), Clayton (79) e Pedrão (83).
Assistência: 1.002 espetadores.