O novo festival de dança contemporânea do Algarve Pedra Dura, que se realiza de 10 a 13 de novembro em Lagos, “apresenta-se como uma falha geológica que fará abanar a criação artística da região”.
Os organizadores afirmam, em comunicado, que “este não será um festival reservado apenas à apresentação de espetáculos”, tendo também a projeção de filmes, DJ ‘sets’, ‘masterclasses’, palestras e ainda uma observação noturna do céu.
“A cultura tem sido um lugar de escavação no Algarve”, afirmou a organização do festival que tem direção artística de Daniel Matos e Joana Duarte, acrescentando que, “nos últimos anos, tem-se desenterrado o potencial da região como espaço de cultura”.
A abertura do festival é feita com o documentário “Um corpo que dança – Ballet Gulbenkian 1965-2005”, de Marco Martins, inaugurado nos cinemas portugueses em 16 de junho último, que ao longo de duas horas documenta 40 anos daquela companhia portuguesa de dança.
A programação do Pedra Dura conta também com a performance/instalação “Estrelas Cadentes (Metal e Melancolia)”, de Ana Borralho e João Galante, “que surge na sequência das diferentes paisagens vivenciadas e observadas, das paisagens sobrevoadas às percorridas, das densamente superpovoadas às desérticas”.
Madalena Victorino, Beatriz Marques Dias e Ana Raquel levam às escolas primárias de Lagos uma oficina-espetáculo “sobre o poder da imaginação” inspirado na obra de Sandro William Junqueira, com ilustrações de Rachel Caiano.
A bailarina, diretora e produtora Gaya de Medeiros apresenta o espetáculo “Atlas da Boca”, “uma investigação de dois corpos trans acerca da boca como lugar de intersecção entre a palavra, a identidade e a voz, o público e o privado, o erotismo e a política”.
Duarte Valadares evoca, em “Rubble King”, “a presença cada vez mais clara de um artificial inteligente”, enquanto Sofia Dias e Vítor Roriz “procuram pontos de vertigem no espaço através de uma câmara direcionada ao interior”, em “Escala Reduzida”.
A coreógrafa Amélia Bentes vai dar uma ‘masterclass’, onde, depois de um breve aquecimento de dança contemporânea, vai ser dada a oportunidade aos participantes de “explorar” algum do seu repertório mais recente.
Os organizadores do Pedra Dura também salientam que o Centro Ciência Viva de Lagos se junta ao festival através de uma palestra sobre estrelas cadentes, com o astrónomo Máximo Ferreira, e de uma observação do céu, na noite de 12 de novembro, no Forte da Ponta da Bandeira.
Finalmente, e porque “um festival de dança não se deve fazer sem se dançar, o público poderá dar movimento ao corpo” com os DJ ‘sets’ de Sónia Trópicos, Pashon Froot e João Pissarro.
A produção do festival é da CAMA a.c. e o financiamento da Câmara Municipal de Lagos.