Depois de um curto período de descanso, a “Folha de Medronho – Associação de Artes Performativas de Loulé” volta ao contacto com o público com duas atividades distintas. No próximo dia 17, pelas 16:00, terá lugar o lançamento do segundo livro-objecto “Deve Haver Mais Qualquer Coisa – Notas de Uma Criação”, das Edições da Folha. Uma hora mais tarde, estreia a performance “Mapiko”, resultado de uma Residência Artística em Loulé do moçambicano Santana Diaz Santana, com direcção artística de João de Mello Alvim. Os dois eventos vão decorrer na Casa do Meio-Dia, Rua Sá de Miranda, 23, Loulé.
Associação pretende lançar livros-objectos que não reúnam apenas textos
“Com as ‘edições da folha’, pretendemos alargar a nossa intervenção cultural agora na área editorial, área onde já somos parceiros da Companhia Lêndias d´Encantar, de Beja, na colecção Novas Dramaturgias”, explica a Folha de Medronho.
A associação pretende lançar livros-objectos que não reúnam apenas textos (peças de teatro ou outros, porque as actividades da “folha de medronho” vão para além das criações teatrais), mas também fotos e material de divulgação, desenhos, estudos, enfim um resumo dos processos criativos experienciados.
O grafismo será também uma das preocupações assumidas pela “folha de medronho”, dedicando-lhe o maior cuidado, procurando a diferenciação.
Com as “edições da folha”, a Associação de Artes Performativas de Loulé quer contribuir para “fixar a memória futura de algumas manifestações da vida desta associação de artes performativas, acrescentando ao material de suporte de papel e ao digital do nosso arquivo. Desejamos que a actividade artística e cultural local e nacional, disponha de mais um meio de difusão e um motivo incentivador à leitura em suporte físico”.
Mapiko é uma manifestação artístico cultural típica do povo makonde da região norte de Moçambique
Caracterizado pelo uso da máscara , entre mistura de dança, ritmo e teatro o mapiko transmite valores, experiências e situações quotidianas.
É frequentemente usado nos ritos de iniciação masculinos e executada exclusivamente por homens e no passado também foi usado como instrumento de protesto contra a colonização.
Com o passar do tempo há transformações políticas, históricas e sociais que de certa forma dão outra mutabilidade ao mapiko sem quebrar a sua raiz.
Dar uma nova roupagem através de intercậmbios com outros movimentos africanos e do mundo, mais inclusão, apostando numa representação estética performática é dar maior projeção do mapiko ao mundo sem diminuir o seu valor cultural e histórico.
É neste projecto que denominado Afropiko que através de ritmos quentes de Moçambique, de África e do mundo que juntos vamos trocar saberes, experiências e acariciarmos o mundo com os nossos corpos.