Após produtos como a alcachofra, a cebola ou o ovo, a conceituada Maison Krug escolheu o arroz como “Single Ingredient” de 2022. Através do programa ‘Krug X Rice’, dezenas de chefs internacionais foram desafiados a criar receitas originais baseadas nesse ingrediente e que pudessem combinar com os atributos dos champanhes Krug. O restaurante Vistas, do Monte Rei Golf & Country Club, em Vila Nova de Cacela, foi palco de um jantar único em que o arroz, um “camaleão culinário” indispensável à cozinha mundial, se alinhou na perfeição com champanhes de primeira linha.
A Krug foi fundada em 1843, por Joseph Krug, que sonhou criar o melhor champanhe possível todos os anos, independentemente das variações climáticas que se verificassem. Como? “Prestando muita atenção ao carácter da vinha, respeitando a individualidade de cada parcela e do seu vinho, e construindo uma vasta biblioteca de vinhos de reserva de diferentes anos”. Dessa forma, ia além da noção de vindima. Nesta Maison, todos os champanhes seriam distintos ao mesmo nível. Considerava-se cada parcela da vinha, e cada vinho nascido dessa parcela, “com um ingrediente único em si mesmo”. Anualmente, disponibilizava-se um champanhe de grande qualidade que podia ser replicado sem depender da boa meteorologia.
E se é no consumo que reside a essência do champanhe, nada como um welcome drink de topo. De uma lufada, servem-se as edições 170 e 169 do Krug Grande Cuvée, o champanhe ‘Número 1’ no espírito de Joseph. Resulta de um blend de 195 vinhos e é de “altíssimo nível”, explica André Alves, area manager da Moët Hennessy. Cada edição recria a visão do fundador, a partir do seu livro de apontamentos. A refeição abre com o Krug Rosé 26.ª Edição, o embalo ideal para os sabores familiares à região, como a muxama, o atum e a ostra. Chegando à sublime Gamba violeta, com tapioca, arroz tufado e o intenso toque goês do ‘achar’ – realce para as origens indianas, da avó, e moçambicana, da mãe do chef -, o menu ganha dimensão. Doravante, só é possível prolongar semelhante prazer na lembrança. Rui Silvestre confirma o mérito de distinções como o Garfo de Ouro no Guia Boa Cama Boa Mesa 2022 e a estrela Michelin.
No entender de Joseph Krug, um champanhe ‘Número 2’ seria o equivalente a um vintage. Como refere André Alves, não significa que seja de qualidade inferior ao Grande Cuvée, replica apenas “o que de melhor tem aquele ano em específico, conta a história meteorológica daquele ano”. O ano na base do Krug 2006 foi muito quente: “Foram mais de 23 dias seguidos com temperaturas acima de 30 graus, o que é bastante para a região de Champagne. Depois, de uma forma quase inexplicável, em cerca de dois dias caiu o equivalente a dois meses de chuva”. Daí resultou um champanhe “extremamente equilibrado, sem perturbar os sentidos e exceder o que vamos ter no prato”. Neste caso, a Pescada, disposta sobre um saboroso arroz de bivalves al dente e emulsão de manteiga Noisette. O grande formato do Krug Rosé 20ª Edição Magnum mistura 66 vinhos, compostos, na sua maioria, por Pinot Noir, mas também Chardonnay e Pinot Meunier a fazer de “ligação”. O Borrego acompanha com texturas de cenoura e cominhos.
À mesa do Vistas by Rui Silvestre (Monte Rei Golf & Country Resort, Vila Nova de Cacela, Tel. 281950950), reencontramos o Krug Grande Cuvée Edição 169, a tempo do doce Mingau de arroz, lavanda e limão. Subsistem as variações de texturas, nuances aromáticas e de temperatura: a cremosidade de uma ‘simples’ papa doce, a crocância, a delicadeza floral e a acidez cítrica. Assim se demonstra que a versatilidade destes champanhes pode acompanhar qualquer período da refeição, criação arrozeira ou proteína. As receitas criadas pelos chefs das ’embaixadas’ Krug foram reunidas num livro, para se reproduzirem em casa. Contempla 75 chefs e receitas, 30 variedades de arroz e dois champanhes Krug.
- Acompanhe o Boa Cama Boa Mesa do Expresso, jornal parceiro do POSTAL, no Facebook, no Instagram e no Twitter!