Era uma vez um menino de 5 anos que vivia numa típica casa de pescadores algarvia com o pai. Manelito e António, mas também a habitação, são protagonistas da história que se conta em cada parede, divisão e peça de mobiliário deste novo alojamento local. Literalmente, já que os vários “episódios” surgem através de um QRCode instalado nos diversos objetos espalhados pela Porta 48.
Toda a casa (a partir de €270) é um verdadeiro “portal para o passado”, cuja ideia, explica a Michele Renda, responsável pela empresa que concebeu o projeto inovador, a Nine Finger Technologies & Home Design, com sede na Universidade do Algarve, é “preservar a essência, história e riqueza patrimonial” e revelar o passado local que permite “perceber como era a vida no passado, mas associada a emoções”. Gastronomia, costumes, rotina dos pescadores são momentos que pode vivenciar na casa, com dois quartos, um tanque a imitar os usados pelas lavadeiras, um espelho de água para bebés, zona de refeições, barbecue, lounge e até uma praia com um barco.
Outro detalhe é o chuveiro, que “representa a memória do pescador”. O cimento afagado foi pintado à mão em tons de verde que representa esperança dos pescadores para arranjar sustento; vermelho, simbolizando paixão e sofrimento, e azul, aludindo ao mar. Na entrada, uma cana de pesca, que acabou de apanhar um “cofre” – armação que os pescadores usam para apanhar moreias – faz as vezes de candeeiro. “É um alojamento local mas também um museu”, que acaba de abrir portas junto à rotunda dos Pescadores (tel. 962505584), em Albufeira.
Este texto foi adaptado do Guia Portugal Secreto – Algarve, com produção Boa Cama Boa Mesa, oferecido com o Expresso na edição de 8 de julho 2022.
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