A Festa Internacional de Cinema Universitário do Algarve (FICUA) é uma mostra de cinema que visa celebrar o trabalho feito por estudantes universitários, na sétima arte. O evento é de entrada livre e realiza-se dia 26 de maio, pelas 14:30, no Anfiteatro Paulo Freire da Escola Superior de Educação e Comunicação, no Campus da Penha, da Universidade do Algarve.
“Sem ser preciso estudar-se cinema, e sem a necessidade de ser produzido em contexto académico, FICUA, é de estudantes, para estudantes universitários e para todos os interessados em conhecer o que deste meio se cria”, explica a organização em comunicado, acrescentando que “são 12 curtas-metragens, 5 nacionalidades e 4 continentes diferentes, vindas de estudantes universitários de 9 instituições de ensino. A programação divide-se em 3 secções temáticas: Casa, Olhares E Pessoas”.
A atual crise habitacional, tem sido um problema transversal a toda a sociedade, sendo uma das fatias mais afetadas, os estudantes deslocados, que abandonam as suas residências com o intuito de prosseguir estudos. Somando à dificuldade em arranjar casa por parte dos universitários, há a inevitável necessidade destes, aquando de serem deslocados, terem de alargar, ou adaptar, o seu conceito de casa. Desta forma, a secção “Casa” pretende flexibilizar e refletir o que se entende por casa. Entender se esta se trata apenas de um edifício, se poderá ser algo imaterial, ou se será até, uma extensão de identidade. Destaca-se a curta-metragem Some Kind of Freedom, de Simão Martins, que explora a vida nómada dos proprietários das autocaravanas que estacionam na Praia de Faro.
Em “Pessoas”, agilizando e abrindo o esplendor da palavra, enaltece-se não só o ser humano, como também o poder que as pessoas têm na vida de cada um, bem como o papel que se pretende ter na sociedade. O realizador Miguel Veiga vai estar presente para apresentar a sua curta-metragem Escutando o Teu Olhar. Também se destaca a multi-premiada Convite Vermelho do brasileiro, João Victor Almeida, que já esteve em mais de 20 festivais, brasileiros e internacionais.
Crescer é, entre muitas coisas, um ato de consolidação de identidade, ao qual todos os seres pensantes devem ficar sujeitos. O cinema não foge à regra, pois quem cria, vocaciona a sua voz para algo, e ao fazê-lo, materializa parte de si. “Olhares” explora as vozes que aqui se consolidam.
Uma construção de idiossincrasia de onde brotam estilos e formas pessoais de fazer cinema. Tendo em foco, a visão jovem destes cineastas.
Destaque para a nomeada ao Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação na edição de 2023, An Ostrich Told Me the World Is Fake and I Think I Believe It do australiano Lachlan Pendragon.