Como se refere no site das Aldeias de Portugal, “os invernos sempre foram tão rigorosos que a região desenvolveu um conceito de habitabilidade único no país: por mais humildes que fossem, todas as famílias tinham duas casas – a branda, localizada nas zonas mais altas, usada nas estações quentes, quando a altitude é mais suportável e os pastos são abundantes; e a inverneira, situada a uma altitude mais baixa, onde era mais fácil suportar o frio intenso do inverno.” Quando se fala de Castro Laboreiro, em Melgaço, a história desta aldeia está intimamente ligada à raça de cães com o mesmo nome. Situada junto à fronteira, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, esta aldeia foi, desde a Idade Média, uma importante linha de defesa contra Espanha.
Os pastores de Castro Laboreiro sempre usaram cães para ajudar no trabalho, e também como animais de companhia. Foi assim que a raça castro-laboreiro se desenvolveu, tornando-se a mais antiga da Península Ibérica. “Os cães desta raça são trotadores de longa distância e galopadores de resistência. Distinguem-se das restantes raças nacionais de cães de gado pela sua capacidade de acompanhar os rebanhos durante todo o dia, sem deixar de perseguir predadores como os lobos. A sua menor corpulência dá-lhes grande agilidade, sendo precisamente essa característica que lhes permite escapar rapidamente das garras e dos dentes dos inimigos.”
Quando visitar esta aldeia, como cita a Versa, é imprescindível conhecer o castelo de Castro Laboreiro, classificado como Monumento Nacional desde 1944, assim como a Igreja Matriz e os fornos comunitários da aldeia. Não se pode esquecer das pontes romanas e medievais sobre o rio, onde, durante as cheias, é possível praticar canyoning.
No Núcleo Museológico, os visitantes podem descobrir mais sobre o Traje Laboreiro, um vestuário tradicional usado no trabalho agrícola, e sobre as figuras folclóricas dos garruços e farrangalheiros, que animam as ruas durante o Entroido, o Carnaval local.
Para os amantes da natureza, o Trilho Interpretativo de Castro Laboreiro é uma excelente opção, ligando a aldeia ao planalto e mostrando como os habitantes se adaptaram ao território ao longo dos séculos. Devido ao clima particular da região, que impedia o cultivo de milho nos séculos XVI e XVII, muitas tradições antigas, já desaparecidas noutras partes do país, ainda se mantêm vivas aqui.
No campo da gastronomia, Castro Laboreiro destaca-se pelos seus sabores intensos e pratos generosos. Queijos, enchidos e o famoso cabrito assado são alguns dos pratos mais apreciados, juntamente com as roscas de Melgaço e o tradicional bucho doce, feito com pão migado e ovos.
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