Os municípios do Algarve decidiram começar a incluir nas refeições escolares produtos alimentares produzidos na região, através de um “compromisso” assumido no seio da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), anunciou esta segunda-feira o organismo regional.
Reunidas em Conselho Intermunicipal, as autarquias assumiram “o compromisso para a introdução” de produtos alimentares produzidos no Algarve nas refeições confecionadas nas escolas da região para “estimular a alteração dos comportamentos de compra” e “agilizar circuitos curtos de comercialização e hábitos de consumo saudáveis”, justificou a AMAL em comunicado.
A comunidade intermunicipal destacou que a medida também visa “incorporar a economia circular de resíduos e de desperdícios alimentares” e vai permitir que “sejam introduzidos nas refeições escolares produtos produzidos na região como pescado (robalo, cavala, dourada), hortofrutícolas, batata-doce e fruta do Algarve”, já a partir do início deste ano letivo.
O acordo de compromisso foi aprovado pela “quase totalidade” dos municípios algarvios com, vista a, em articulação com os agrupamentos escolares, “garantir refeições com estes produtos em estabelecimentos de ensino da região”, referiu o organismo que representa os 16 municípios da região, sem explicitar quais e quantos destes municípios algarvios aprovaram o acordo de compromisso, na Reunião do CI do passado dia 2 de setembro.
A mesma fonte precisou que está prevista a “implementação de refeições e programas-piloto que permitam testar novos modelos de fornecimento dos refeitórios escolares”.
Além do estabelecimento de “cadeias curtas de abastecimento”, a medida tem também como objetivos a “aquisição de produtos alimentares produzidos em regimes de qualidade IGP [Indicação Geográfica Protegida]”, a opção por “sistemas de produção ambientalmente sustentáveis” e a escolha de “pequenos produtores locais, em especial detentores do estatuto de agricultura familiar”.
“Este Acordo de Compromisso surge na sequência do trabalho que a AMAL está a desenvolver para a concretização de ‘Sistemas Alimentares Sustentáveis’, que aproximem agricultura e ambiente, estimulando a alteração dos comportamentos de compra, com vista a agilizar circuitos curtos de comercialização e hábitos de consumo saudáveis”, argumentou.
A AMAL salientou ainda que o projeto “Sistemas Alimentares Sustentáveis” é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Regional CRESC Algarve 2020.
Na informação disponibilizada na sua página da Internet, a AMAL esclarece que o projeto “Sistemas Alimentares Sustentáveis” tem por objetivo “a implementação de um sistema de compras públicas agregadas da produção local para abastecimento de instituições locais e regionais, como por exemplo escolas e Instituições Particulares de Solidariedade Social, entre outras”.
O incentivo de “modos de produção e consumo ambientalmente sustentáveis” para favorecer “a biodiversidade, os conhecimentos tradicionais e as dietas saudáveis”, com destaque para “a dieta mediterrânica”, é outro dos objetivos do projeto, acrescenta.
O projeto tem previsto um “investimento de cerca de 167 mil euros, a realizar entre 2022 e 2023” e financiado em 70% pelo CRESC Algarve 2020 e 30% pela AMAL.