Mais de nove mil estudantes conseguiram colocação na 2.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, mas a maioria ficou de fora, segundo os resultados publicados esta sexta-feira.
Depois de uma 1.ª fase em que conseguiram entrar no ensino superior quase 50 mil novos alunos, o Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) recebeu agora mais de 20.660 candidaturas, tendo ficado colocadas 9.478 estudantes, ou seja, 46% do total.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), 41% dos alunos ficaram colocados na primeira opção.
Dos quase 21 mil candidatos, a esmagadora maioria já tinha concorrido à 1.ª fase, mas houve 7.266 que não conseguiram colocação, 2.172 que entraram, mas não se matricularam e 6.347 que chegaram mesmo a inscrever-se, mas voltaram a tentar a sua sorte para entrar na primeira escolha.
Houve ainda 4.874 que concorreram ao CNAES pela primeira vez na 2.ª fase.
Por outro lado, e apesar de a maioria não ter conseguido lugar em nenhuma das suas opções (54% dos mais de 21 mil candidatos não ficaram colocados), sobraram ainda 3.983 das 13.461 vagas. Há 881 cursos em cerca de 1.100 que ficaram totalmente preenchidos.
A maioria das vagas não ocupadas são de cursos em institutos politécnicos, como Bragança, Guarda, ou Castelo Branco, que têm também 40 das 53 licenciaturas que não foram opção para nenhum estudante na 2.ª fase.
Ainda assim, e à semelhança dos resultados da 1.ª fase, o MCTES volta a destacar o aumento de 6% do número de colocados em instituições com menor densidade demográfica. Nesta 2.ª fase, entraram 3.721 novos alunos nas universidades e politécnicos do interior, mais 225 do que no ano passado.
Houve também certas áreas em que a procura foi maior do que no ano passado, como os cursos em competências digitais, ciências de dados e sistemas avançados de informação, de ciências e tecnologias do espaço e engenharia aeroespacial, em que o número de colocados aumentou cerca de 4%.
Os cursos com maior concentração de melhores alunos, também cresceram cerca de 7% face ao ano passado, e outra das áreas que recebe agora mais novos alunos do que na 2.ª fase do concurso anterior é Educação Básica, com 161 colocados, mais 15% do que em 2021.
No conjunto da 1.ª e 2.ª fases do CNAES deste ano, já ingressaram no ensino superior público 51.173 novos estudantes, segundo contas avançadas pelo Ministério da Educação.
Em quatro cursos só entraram alunos com nota superior a 19
Na 2.ª fase de acesso ao ensino superior houve quatro cursos em que só entraram alunos com uma média superior a 19 valores e a opção em que a nota do último colocado foi mais alta continua a ser Medicina.
Se entrar numa universidade ou politécnico foi, no geral, mais difícil na 2.ª fase, até porque as vagas disponíveis eram muito menos do que na anterior, houve quatro cursos em que conseguir um lugar foi uma tarefa particularmente hercúlea.
São cursos em que o último aluno a entrar teve uma média superior a 19 valores (na 1.ª fase não houve nenhum com este resultado) e são todos da Universidade do Porto.
A lista é liderada pelo curso de Medicina, da Faculdade de Medicina, em que o último dos dois colocados nesta 2.ª fase teve uma média de 19,57 valores (na 1.ª fase, a média do último colocado foi 18,72).
Seguem-se o curso de Engenharia e Gestão Industrial, onde entraram três novos alunos e a média mais baixa é 19,18 valores, Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar com 19,18 valores, e Arquitetura, em que o segundo colocado tem média de 19 valores.
Além destes, há ainda outros 78 cursos onde foi precisa uma média de pelo menos 17 valores, incluindo 38 opções em que só entraram alunos com uma nota de candidatura superior a 18 valores.
Nos cursos com elevado nível de excelência de candidatos, o número de colocados aumentou 7% face à 2.ª fase do ano passado e as vagas foram todas ocupadas.
Por outro lado, há dois cursos em que a média do último colocado não chegou aos 10 valores: Engenharia Informática no Instituto Politécnico de Braga e Gestão no Instituto Politécnico de Portalegre, ambos com 9,5 valores.
Concluída esta fase, apenas 222 cursos, entre pouco mais de mil, continuam com vagas por preencher, enquanto os restantes 881 já não têm quaisquer lugares disponíveis.
A maioria das vagas não ocupadas é de cursos em institutos politécnicos, como Bragança, Guarda, ou Castelo Branco, que têm também 40 das 53 licenciaturas que não foram opção para nenhum estudante na 2.ª fase.
No total, sobraram apenas 3.983 vagas, que podem ser disponibilizadas para a 3.ª fase, cabendo a cada instituição de decidir, para cada um dos seus cursos, sobre a sua abertura.
Os resultados foram publicados esta quinta-feira na página da Direção-Geral do Ensino Superior e os alunos que conseguiram entrar têm até segunda-feira para realizar a matrícula.
Há ainda uma 3.ª fase, que decorre entre 7 e 11 de outubro também no site da DGES, cabendo a cada instituição de decidir, para cada um dos seus cursos, sobre a abertura de novas vagas.
As vagas, que serão divulgadas no dia 7, podem ser em número igual ou inferior às vagas que sobraram da 2.ª fase acrescidas das vagas que acabaram por não ser ocupadas pelos estudantes colocados agora mas que não realizaram a matrícula e inscrição.