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A obra que marca o início da imprensa em Portugal foi impressa por Samuel Gacon em Faro em 1487 e, por isso, com toda a propriedade se pode dizer que a génese da impressão em Portugal está na cidade hoje capital de distrito.
Nesse ano, o judeu Samuel Gacon levou ao prelo o “Pentateuco” ou “Tóra” para os judeus em caracteres hebraicos e tornou assim possível em Portugal o que até então só no imaginário se acreditava possível.
Menos de 50 anos depois de Gutenberg ter implantado a imprensa no mundo ocidental – até então reservada aos orientais – imprimia-se em Faro o incunábulo que mais tarde viria a ser roubado pelos ingleses e que hoje integra o acervo da British Library, em Londres.
530 anos depois, a reedição da obra (fac-simile) tem lugar pela mão da editora Sul, Sol e Sal numa aventura conjunta com o Círculo Teixeira Gomes – Associação pelo Algarve e foi apresentada na passada semana no Seminário de São José, em Faro, com a presença da embaixadora de Israel em Portugal e do Bispo do Algarve.
O momento foi aproveitado ainda pelo presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações para anunciar os trabalhos em parceria com a Câmara da cidade no sentido de deslocar parte do acervo do seu museu para Faro e ali constituir um pólo museológico dedicado à imprensa.
Uma boa notícia para a cidade berço da imprensa em Portugal que se espera possa rapidamente contar ao público a sua história enquanto “ponta-de-lança” da imprensa no país.
(Artigo publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul)