A iniciativa “Lavrar o Mar”, esta quinta-feira apresentada, visa combater a sazonalidade turística no Algarve com uma programação cultural regular entre os meses de Outubro e Maio nos concelhos de Aljezur e Monchique.
“Com este projecto queremos pôr aquele território em turbulência, numa altura em que está adormecido, combater a sazonalidade”, afirmou Madalena Vitorino, que, em conjunto com Giacomo Scalisi, dirige o “Lavrar o Mar”, na conferência de imprensa de apresentação da iniciativa, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
A programação começa com o espectáculo de abertura “Peep & Eat”, da companhia belga Laika, que mistura teatro e gastronomia e decorre entre 24 e 27 de Novembro, pelas 20 horas, no Polidesportivo de Aljezur, no âmbito do Festival da Batata-doce.
“Decidimos começar com as festas locais, agregando um projecto de arte contemporânea com algo que é cultural e característico destas localidades”, referiu Madalena Vitorino.
Este espectáculo estará também em cena na E.B. 2,3 de Monchique entre os dias 1 e 4 de Dezembro, pela mesma hora.
Entre Janeiro e Março irão realizar-se residências artísticas (entre 15 de Janeiro e 15 de Março de 2017 em Monchique e entre 29 de Janeiro e 29 de Março de 2017 em Aljezur) e o resultado será apresentado nos Encontros Artísticos, realizados “em estreita colaboração com as populações”.
Para 17, 18 e 19 de Março de 2017 está marcado um fim-de-semana “para ir no encalce do medronho em plena serra da Monchique”, com visitas a destilarias que se transformarão em pequenos espaços teatrais.
O fim-de-semana “para caminhar por terras de Aljezur e descobrir os imaginários da dança, do novo circo, da música e do teatro” está marcado para 31 de Março e 1 e 2 de Abril de 2017.
Para Maio de 2017, de 19 a 28, está marcado o Festival Internacional de Artes Performativas, que irá decorrer nos dois municípios.
Para Giacomo Scalisi, o “Lavrar o Mar” é “um grande desafio”, já que nos concelhos onde se desenvolve o projecto “não há locais prontos a acolher os espectáculos”.
“Mas temos uma natureza fantástica”, afirmou.
A título de exemplo, o director artístico do projecto contou que o heliporto de Monchique “será transformado em tenda de circo” nos dias 29, 30 e 31 de Dezembro para acolher o espectáculo “muito festivo” de novo circo “Maintenant ou Jamais”.
Na apresentação desta quinta-feira estiveram presentes os autarcas de Aljezur e Monchique, que saudaram a iniciativa de Madalena Vitorino e Giacomo Scalisi, inserida no programa cultural “365 Algarve”.
“O Algarve tem que ser o ano todo trabalhado e em boa hora este projecto foi criado”, afirmou o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, sublinhando a mais-valia de “envolver toda a gente do território”.
O presidente da Câmara de Aljezur, José Amarelinho, acredita que este projecto, que “leva a partilhar saberes, sabores, vivências e a interagir”, é “algo que veio para ficar”.
O autarca destacou a “importância da intermunicipalidade” que, com o “Lavrar o Mar”, vai existir entre Aljezur e Monchique: Este projecto vai “possibilitar que a serra de Monchique abrace o mar de Aljezur”.
Também o vice-presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, sublinhou a importância deste projecto “inovador, que se dirige em primeira instância aos agentes locais”.
O “Lavrar o Mar” é financiado, além das autarquias envolvidas e da Região de Turismo do Algarve, pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Turismo de Portugal.
Para o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, este projecto é “exemplar para se falar de desenvolvimento cultural dos territórios”.
“O projecto tem em si pertinência e exigência de uma componente estruturante para o que deve ser o Algarve em termos turísticos e culturais”, afirmou.
Veja abaixo o teaser do espectáculo “Peep & Eat”
(Com Agência Lusa)