Os investimentos com fundos europeus na Cultura trouxeram impactos positivos ao turismo e deve aprofundar-se o trabalho em rede para potenciar os financiamentos disponíveis, defendeu hoje o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
Falando à Lusa à margem da sessão de trabalho “Algarve: Investimentos com Fundos Europeus na Cultura e Património Cultural”, em Lagos, José Apolinário explicou que a iniciativa permitiu “dar a conhecer os bons projetos e investimentos na área da cultura e do património cultural financiados no atual quadro comunitário” de apoio e apontar estratégias para o futuro.
Segundo o responsável, em causa estão projetos “ainda em curso” ou “já concluídos”, como o Museu Municipal de Lagos ou os Banhos Islâmicos de Loulé, que foram sujeitos a trabalhos de recuperação e musealização ao abrigo do programa operacional regional Algarve 2020 e contribuem para a dinamização da atratividade turística nos seus territórios.
Ao abrigo dos eixos do Património Natural e Cultural, o programa Algarve 2020 já apoiou, segundo a CCDR, projetos no valor total de “cerca de 53 milhões de euros, com 47 operações”, mas José Apolinário frisou que, “mais do que os milhões” dos fundos europeus, é preciso olhar para as verbas que, “no futuro, haverá em política de proximidade” e que vão ser “geridas com os municípios”.
O presidente da CCDR do Algarve apelou a um maior “enfoque nas redes”, tanto nas nacionais, como na transfronteiriças com Espanha, assim como nas europeias, permitindo conjugar esforços para os investimentos em cultura e no património cultural serem executados e se constituírem também como fonte de atração turística.
José Apolinário explicou que a iniciativa, promovido em parceria com a Direção Regional de Cultura e a Câmara de Lagos, se destinou a “valorizar o que já foi feito na região neste quadro, com fundos europeus, mas também a dar nota daquilo que são linhas de força e de trabalho em rede para o futuro, juntando e valorizando investimentos em locais de interesse cultural”.
A mesma fonte considerou que “o Plano de Recuperação e Resiliência concentrou meios, sobretudo em recuperação de património e investimento cultural, em Lisboa”, enquanto as regiões “recorrem sobretudo aos Programas Operacionais Regionais” e é preciso que todos os atores trabalhem para o “reforço da promoção da ligação entre turismo e cultura, seja no mercado interno, para Portugal, seja no mercado ibérico”.
O presidente da CCDR do Algarve frisou que “80% dos inquiridos” pelo euro barómetro “considera importante haver investimentos com fundos europeus no património e na cultura” e que “esses investimentos devem ser decididos, preferencialmente, no nível regional”.
“É este ponto que também queremos sublinhar. Mais numa perspetiva de articulação, de somar aquilo que vem do PRR – que podia ser mais no caso do Algarve -, aquilo que são as políticas públicas do Ministério da Cultura, mais aquilo que vem do Programa Operacional regional, mais das Câmaras Municipais, porque o investimento na cultura e no património é estratégico para a própria qualificação do Algarve como destino turístico”, argumentou.
A “articulação nesses investimentos” deve “potenciar mais aquilo que é único”, acrescentou, dando como exemplo a “Fortaleza e promontório de Sagres, que têm mais de 450.000 visitantes” por ano e constituem, “a sul do Tejo, o local de interesse cultural de maior dimensão”.
“Nas marcas de património europeu, há quatro no país e uma é a fortaleza de Sagres, portanto este trabalho em rede e articulação tem de ser reforçado”, afirmou.
Além de José Apolinário, a cerimónia contou com a participação da diretora regional de Cultura, Adriana Nogueira, do presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, do presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, ou da secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.