A exposição internacional de pintura e poesia “The Poetry of your Art”, que reúne 16 países dos vários continentes, vai ser inaugurada no Monte do Malhão – Arte, Eco & Spa, em Castro Marim, no próximo dia 12 de março (sábado), pelas 16:00.
Trata-se de um projeto que une dezenas de artistas que agora, no Monte do Malhão, se juntam ao grito mundial pela paz, apelando ao papel da arte para pacificar e contribuir para a consciencialização do melhor desenvolvimento das sociedades, bem como está ligado ao grupo de imigrantes a sotavento do Algarve que neste momento fazem todos os esforços para ajudar as vítimas da Ucrânia.
O projeto artístico de produção independente, surge a partir de uma ideia original de Paulo Duarte Filipe (Portugal), em parceria com Gloria Fu Keh (Singapura) e com a coordenação de Eli Ribeiro (Portugal), sendo que vão estar patentes obras de 29 artistas plásticos e poetas, representando 16 países dos vários continentes (Índia, Singapura, Países Baixos, Reino Unido, Alemanha, Argentina, Coreia do Sul, Portugal, entre outros). Este projeto artístico que pretende realçar a estreita e umbilical relação entre a poesia e a pintura, consiste em colaborações entre poetas que escreveram poemas inspirados nas telas dos pintores e vice-versa.
“A guerra provocada pela Rússia numa tentativa repugnante de ocupação de um país soberano em pleno século XXI, a Ucrânia, e toda a catástrofe humanitária que representa no coração da Europa trouxe-nos mudanças irreversíveis, sendo que a Paz e a Solidariedade são palavras que nos movem e têm de ser comunicadas também através da união dos artistas”. Paulo Duarte Filipe, fundador do “Pandemic Art” , desloca-se do Reino Unido ao Algarve para gritar em nome de um coletivo abrangente e muito heterogéneo que está em plena sintonia para dar o seu contributo numa ajuda direta às vítimas da guerra despoletada por Vladimir Putin. “Não podíamos estar dissociados desta emergência que nos apela em várias facetas enquanto seres humanos: solidários, mas também ativistas e acima de tudo irmãos. Cada um expressa-se como consegue e sabe melhor. Nós fazemo-lo pela arte, essa é a nossa arma…”, reforça o artista.
Assim, através de uma produção do Monte do Malhão em estreito contacto com imigrantes, durante a inauguração vão ser todo o angariados diversos bens essenciais para as vítimas (nomeadamente, comida, medicamentos, roupa e brinquedos) bem como vão ser das as mais diversas informações sobre os refugiados que estão a caminho e que à chegada vão precisar de todo o tipo de apoio: alimentação, habitação, saúde, educação, emprego, no sentido de uma integração de paz, longe da guerra. Vai ser também disponibilizado um NIB de uma conta oficial de apoio direto a esta causa.
Para o Monte do Malhão “toda a ajuda é bem-vinda e essencial na certeza que esta guerra em pleno coração da Europa demonstra bem a vulnerabilidade de todos nós, sendo essencial não perder o foco na paz e no amor entre os povos”. Considerando que esta ação representa um ato de dever cívico, mas também de amor pelo próximo, os proprietários do Monte do Malhão apelam à união entre as pessoas em que a empatia tem de ser chave-mestra do coração”.
No dia 12 de março vai, igualmente, ser exibido, em ante-estreia, o filme “O homem que perdeu os berlindes”, realizado e produzido por Paulo Duarte Filipe, com a participação de Rodrigo Tomás, Joaquim da Silva e Joe Domingues, sendo a música de Black Hawk. Esta longa metragem foi integralmente rodada em Faro.
É de referir, que esta ação está integrada no calendário 2022 do Monte do Malhão, nomeadamente no âmbito do projeto “Garantir Cultura”, do Ministério da Cultura, que o Monte do Malhão está a executar até Setembro, fruto do desenvolvimento da sua vertente “Art”, a partir da qual desde 2012 tem levado a cabo inúmeros eventos culturais e artísticos, sendo espaço de acolhimento de diversas exposições de artes plásticas.
Sobre os mentores do projeto artístico internacional “The Poetry of your Art”
Paulo Duarte Filipe: poeta, artista multifacetado e realizador de cinema, reside em Londres, a partir de onde desenvolve a sua atividade artística. Premiado em diversas técnicas criativas, é o fundador do movimento de arte mundial denominado “Pandemic Art”, com sede no Reino Unido. Esta corrente artística dá enfoque a uma nova forma de criar e alerta para a necessidade da redefinição da arte, tendo em conta a chegada primeiro de uma pandemia e depois de uma guerra na Europa e os efeitos diretos e colaterais que provocou na sociedade em geral, e nos artistas em particular.
Paulo foi também co-fundador e presidente da Peace and Art Society (PAS) onde co-organizou entre 2014 e 2016 o evento internacional «Minha Fukushima», que juntou cerca de 170 artistas de 110 países contra a energia nuclear.
Gloria Fu Keh: é uma consagrada artista, premiada em inúmeros eventos internacionais , tendo como primeiro e principal mentor e mestre o seu pai Martin Fu, um talentoso pintor a óleo de Singanpura. De acordo com as suas palavras à medida que envelhece, prefere “mais o conforto e quietude da solidão, sendo a pintura uma forma de meditação”, onde encontra “paz interior” e recupera “energia”.
Elídia Luís: foi fundadora da “21 Arte Galeria”, a primeira galeria de arte em Faro, continuado como diretora até 1982, tendo organizado a 1.ª “Bienal de Arte Contemporânea do Algarve”.
Artista em constante busca de novas formas criativas que reflitam os tempos em que vive com especial atenção a questões ambientais. Elídia pertence aos corpos sociais da Peace and Art Society (PAS) e é co-fundadora da «Pandemic Art», exibindo as suas obras com regularidade a nível nacional e internacional.