O poeta António Franco Alexandre venceu o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, com o valor pecuniário de 5.000 euros, pela sua antologia “Poemas”, anunciou esta segunda-feira a sua editora, Assírio & Alvim.
O júri, constituído pelo poeta Luís Quintais, pela professora da Universidade do Algarve Ana Isabel Soares e pela jornalista Inês Fonseca Santos, “decidiu, por unanimidade, atribuir” o prémio à antologia “Poemas” (2021).
“Poemas” trata-se da nova edição revista e atualizada da antologia original de 1996, acrescentada dos livros publicados por António Franco Alexandre após essa data, “Quatro Caprichos”, “Uma Fábula”, “Aniversário”, “Duende e Aracne”, e de um conjunto de inéditos com o título “Carrocel” [sic].
O júri desta 9.ª edição do prémio justifica a escolha “fundamentalmente” por este livro inédito, que define como “uma viagem através de uma ‘transportadora transdisciplinar’ que, mais do que espaços, percorre tempos”.
“Foi esta amplitude temporal, que inscreve em verso um lugar de nós, lugar de entendimento e leitura transversal a todo o ser humano ocidental – capaz de ler o que de si se distancia, ainda que inapelavelmente radicado no tempo atual”, que esteve entre os motivos de escolha do júri.
Franco Alexandre, nascido em 1944, fez os seus estudos académicos nas áreas da Matemática e da Filosofia, em França, em Toulouse e, depois, em Paris, e na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Regressou a Portugal em 1975, tendo sido convidado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa para professor de Filosofia, onde lecionou até meados de 2009.
Como poeta estreou-se na década de 1960, mas foi o seu livro “Sem Palavras nem Coisas” (1974) que o alicerçou no panorama literário nacional.
Da sua bibliografia constam, entre outros títulos, “Os Objectos Principais” (1979), “A Pequena Face” (1983), “Quatro Caprichos” (1999) e “Duende” (2002).
O Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, distingue, bienalmente, uma obra poética em português, em primeira edição e de autor português, tendo sido instituído pelo Município de Faro em 1999, em homenagem ao poeta nascido na capital algarvia.
Este galardão junta-se a outros que o poeta natural de Viseu já recebeu como o Grande Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português, em 1983, Prémio Luís Miguel Nava e Grande Prémio de Pesia da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 1999, Prémio D. Diniz da casa de Mateus e Prémio Correntes d’Escritas/Casino da Póvoa, em 2005, assim como o Grande Prémio de Poesia Diogo Bernardes APE/Câmara Municipal de Ponte da Barca, no ano passado.
A cerimónia de entrega do prémio realiza-se no próximo dia 28, pelas 16:00, no Auditório da Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, em Faro.
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