A FESTA DOS ANOS DE ÁLVARO DE CAMPOS decidiu homenagear este ano os Bombeiros Municipais de Tavira ao convidá-los a participarem na rubrica UM MÊS DE POESIA, escolhendo os poemas ou excertos publicados diariamente pelo Postal do Algarve entre os dias 1 e 30 de novembro.
Para ilustrar os poemas de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos, a organização conta com a preciosa participação dos fotógrafos Ana Carvalho, Ana Gouveia, Belarmino Pereira, Fernando Ricardo, Mário Rui Gouveia e Miguel Andrade.
Homenagear os bombeiros é uma maneira de reconhecer e agradecer pelo seu trabalho dedicado e corajoso. Mostra apreço pela sua importância na proteção da segurança pública e no apoio às comunidades em tempos de necessidade. A gratidão e o apoio da comunidade são fundamentais para motivar os bombeiros e manter a sua dedicação a um trabalho tão desafiador e crucial.
Os soldados da paz dedicam as suas vidas a servir as comunidades, muitas vezes arriscando as suas próprias vidas para proteger as dos outros e as suas propriedades. Eles fazem-no de forma voluntária ou profissional, demonstrando um compromisso altruísta com o bem-estar da sociedade, exemplificando o valor da cooperação e da solidariedade.
À Associação Partilha Alternativa e particularmente à sua presidente Tela Leão, o meu agradecimento pelo convite, mas sobretudo pelo empenho e dedicação no engrandecimento de Tavira como cidade cultural.
Um bem-haja a todos!
Henrique Dias Freire
(Diretor do jornal Postal do Algarve)
BEM SEI QUE ESTOU ENDOIDECENDO
HÁ QUANTO TEMPO NÃO CANTO
Há quanto tempo não canto
Na muda voz de sentir.
E tenho sofrido tanto
Que chorar fora sorrir.
Há quanto tempo não sinto
De maneira a o descrever,
Nem em ritmos vivos minto
O que não quero dizer…
Há quanto tempo me fecho
À chave dentro de mim.
E é porque já não me queixo
Que as queixas não têm fim.
Há tanto tempo assim duro
Sem vontade de falar!
Já estou amigo do escuro
Não quero o sol nem o ar.
Foi-me tão pesada e crescida
A tristeza que ficou
Que ficou toda na vida.
Para cantar não sonhou.
14-6-1930 Poesias Inéditas Fernando Pessoa.
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