Uma exposição dedicada às representações humanas criadas há 5.000 anos pelos povos do sul da Península Ibérica, denominadas ídolos, está a ser preparada pelo Museu Nacional de Arqueologia (MNA), em Lisboa, para ser inaugurada em 2021.
Intitulada “Ídolos – Olhares Milenares”, a exposição será realizada em colaboração com o Museu Arqueológico de Alicante e a Universidade de Alcalá de Henares, em Espanha, e “será a única vez em que se mostrarão em conjunto ídolos das mais diversas procedências”, segundo o sítio ´online´ da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
A DGPC adianta ainda que a 27 de novembro foi assinado um protocolo de colaboração entre a DGPC e a Fundação C.V. Museu Arqueológico de Alicante para essa realização, depois de o país vizinho ter inaugurado, em julho deste ano, uma exposição com o mesmo título, em Madrid, que recebeu meia centena de peças de Portugal, e ficará patente até janeiro de 2021.
Estas peças que serão expostas também no MNA, em Lisboa, foram descobertas em escavações realizadas no final do século XIX em Portugal e em Espanha, reveladoras de crenças e modos de vida de comunidades do sul da Península Ibérica.
Os arqueólogos chamaram-lhes ídolos, figuras antropomorfas, com rosto e membros esculpidos em pedra, osso e cerâmica, criadas por populações que viveram entre 5.000 e 3.000 anos antes de Cristo, numa altura em que a população cresceu rapidamente devido ao desenvolvimento da agricultura e da pastorícia.
A exposição “Ídolos – Miradas Milenares”, atualmente patente em Madrid, exibe peças ibéricas significativas deste período, entre elas cerca de 50 portuguesas, 37 do MNA, disse à agência Lusa, na altura, o seu diretor, António Carvalho.
As restantes peças são da empresa Era – Arqueologia, que dirige uma escavação sobre este período, na herdade dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora.
A exposição, patente até janeiro do próximo ano no Museu Arqueológico de Alcalá de Henares, nos arredores de Madrid, apresenta, entre outras peças de origem no território nacional, o báculo da herdade da Anta, a estela do Crato, uma coleção de placas de xisto, uma coleção de coelhinhos e o ídolo de Moncarapacho.
António Carvalho realçou ainda, na altura, que o conjunto do MNA e o do Museu de Arqueologia de Madrid, com 63 peças, constituem a “grande parte da exposição”, que está a ser preparada para vir também para Portugal.
Dos 37 bens culturais nacionais, oito estão classificados como “tesouro nacional”, provenientes dos concelhos de Olhão, Torres Vedras, Évora, Marvão, Mértola, Ponte de Sor, Sintra, Reguengos de Monsaraz, Amadora, Montemor-o-Novo, Setúbal e Crato.