Não é a todos que isto acontece, mas há quem possa contar que, sem querer, já passou numa portagem sem pagar por se ter esquecido de que a sua Via Verde estava avariada. Este tipo de situações é recorrente e há vários portugueses com dívidas de milhares de euros, por não terem pago uma viagem de poucos euros.
Embora haja alguns portugueses nesta situação, o caso de que mais se fala no momento é o de Bruno Lopes. O cliente da Via Verde ficou sem o identificador durante dois meses e, habituado a passar nesta via nas portagens, foram várias as vezes que se esqueceu de que estava a passar nas portagens sem pagar, uma vez que não tinha o identificador.
Poucos dias foram necessários para começarem a chegar cartas do Fisco a casa de Bruno Lopes. O ZAP cita as declarações de Bruno à CNN Portugal, onde revela que “quando fui ver no site das Finanças, tinha perto de 80 mil euros em dívidas fiscais”. “É óbvio que eu não tinha dinheiro para pagar, é uma exorbitância”, acrescenta.
Bruno Lopes fazia frequentemente um percurso com pouco mais de 40 quilómetros
Habituado a fazer o trajeto de carro entre Ovar e Aveiro, Bruno Lopes explica que, caso se esquecesse de pagar algum dos pórticos, a viagem de carro de ida e volta saía-lhe a 1.200 euros. Note que Ovar e Aveiro se encontram a 41,6 quilómetros de distância e, em portagens, teria de pagar apenas 1,75 euros, no caso de ter um veículo que pertença à Classe1.
O que se sabe é que Bruno Lopes conseguiu transformar a sua dívida de cerca de 80 mil euros numa dívida de 18 mil euros. De qualquer forma, o seu salário ficou penhorado durante mais de um ano e o Fisco executou 28 mil euros de uma herança sua.
A lei que limita o valor das multas de portagens ainda não foi posta em prática
De salientar que neste momento existe uma lei que limita o valor das multas relacionadas com as portagens, no entanto, Bruno nunca foi protegido pela mesma. É que esta foi aprovada em 2023 e o suposto era ter entrado em vigor em julho de 2024, mas, para já, está só a ser aplicada a multas novas e não aos casos antigos.
Em causa está um atraso na atualização do sistema informático das Finanças, pelo que pessoas na mesma situação de Bruno Lopes dificilmente verão o valor da sua dívida reduzir.
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