Ceder passagem a veículos em marcha de urgência, como ambulâncias, é um dever de todos os condutores. No entanto, surge uma dúvida comum: e se o único modo de permitir a passagem de uma ambulância for atravessar um sinal vermelho? A lei portuguesa não prevê uma exceção clara para estes casos, o que pode colocar os condutores perante um dilema entre cumprir a legislação e agir por consciência.
Prioridade dos veículos de emergência
O Código da Estrada estabelece que os condutores devem facilitar a circulação de veículos prioritários sempre que estes se encontrem em marcha de urgência. Isto inclui a ambulância, que tem prioridade sobre outros veículos quando circula com luzes e sirenes ligadas. No entanto, essa prioridade não isenta os restantes condutores do cumprimento das regras de trânsito.
Consequências de passar um sinal vermelho
Passar um sinal vermelho é considerado uma infração grave, de acordo com o artigo 146.º do Código da Estrada. A penalização pode incluir uma multa entre 120 e 600 euros, além da perda de quatro pontos na carta de condução. Caso a infração cause perigo ou acidente, a sanção pode ser agravada.
Falta de exceções na legislação
A legislação portuguesa não prevê uma cláusula específica que isente os condutores de penalização ao atravessar um semáforo vermelho para dar passagem a veículos de emergência. Assim, mesmo que um condutor tome essa decisão para facilitar o trabalho dos socorristas, pode ser autuado pelas autoridades.
A melhor forma de agir nestas situações é procurar alternativas para permitir a passagem sem infringir a lei. Se for possível, deve encostar à direita, reduzir a velocidade ou sair da faixa de rodagem para libertar o caminho. O importante é não criar novas situações de risco ao tentar ajudar.
Em cruzamentos com semáforos, a prudência deve ser ainda maior. Se o condutor estiver parado num semáforo vermelho e perceber que uma ambulância se aproxima, deve avaliar se há espaço para encostar sem avançar para a via transversal. Avançar sem visibilidade ou sem garantir segurança pode causar um acidente.
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Indicações das autoridades têm que ser respeitadas
O Código da Estrada também prevê que os condutores devem obedecer às indicações dos agentes de autoridade quando presentes. Assim, se um agente ordenar que um condutor avance num sinal vermelho para dar passagem a um veículo de emergência, este deve seguir a instrução sem receio de penalização.
Muitos condutores têm dúvidas sobre se podem justificar a passagem do sinal vermelho em caso de multa. Em tribunal, a defesa pode argumentar que a manobra foi necessária para evitar um prejuízo maior, mas não há garantia de que a sanção seja anulada, pois a infração continua a existir perante a lei.
Segurança rodoviária é prioridade
A segurança de todos os utilizadores da estrada deve estar sempre em primeiro lugar. Ainda que a intenção seja nobre, avançar num semáforo vermelho pode colocar outros veículos e peões em risco. Assim, a decisão deve ser ponderada com muita cautela.
Em algumas cidades, os semáforos estão equipados com sistemas que detetam veículos de emergência e ajustam a temporização para lhes dar passagem. Estas tecnologias são úteis para evitar dilemas e garantir que ambulâncias possam circular sem dificuldades.
Importância da atenção dos condutores
Os condutores devem ainda estar atentos ao comportamento dos veículos ao redor. Nem todos percebem a aproximação de um veículo de emergência, o que pode levar a movimentos inesperados na estrada. A comunicação visual e os sinais de luz são fundamentais nestas situações.
Além da multa e da perda de pontos na carta, infrações graves podem levar à inibição de conduzir por um período que varia entre um mês e um ano. É essencial que os condutores conheçam as consequências das suas ações e ajam sempre dentro da legalidade.
A melhor forma de ajudar uma ambulância é antecipar as situações de trânsito, manter a calma e encontrar uma solução segura para todos. O respeito pelas regras de trânsito e pelo trabalho dos profissionais de emergência deve andar sempre lado a lado.
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