Duas crianças e uma educadora morreram hoje durante um tiroteio que ocorreu num infantário na região de Ulianovsk, no centro da Rússia, disseram as autoridades regionais, acrescentando ainda que o agressor se suicidou.
“De acordo com informações preliminares, houve um tiroteio num infantário. Duas crianças morreram, uma educadora e também o agressor”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Dmitry Kamal, porta-voz do governo da região de Ulianovsk.
Kamal afirmou que a idade das crianças não é conhecida, mas que provavelmente têm “entre três e seis anos”, acrescentando que os investigadores estiveram no local.
De acordo com agências de notícias russas, citando as autoridades, “o motivo do tiroteio pode ser uma disputa familiar”.
O deputado e ex-governador da região Sergei Morozov disse à agência de notícias Ria Novosti que morreram uma jovem educadora e duas crianças, nascidas em 2016 e 2018.
Segundo o canal Telegram Baza, conhecido pelas suas ligações com as forças de segurança, o atirador entrou na escola durante a hora da sesta das crianças, armado com uma espingarda.
Os tiroteios estão a tornar-se cada vez mais numerosos na Rússia nos últimos anos, a ponto de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter ficado alarmado. Putin considerou que estes fenómenos são importados dos Estados Unidos e que são um efeito perverso da globalização, situação que o levou a endurecer a legislação sobre o porte de armas.
Em setembro de 2021, um estudante de 18 anos provocou um tiroteio com uma espingarda na Universidade de Perm, nos Urais, matando seis e ferindo cerca de 30 pessoas.
Em maio de 2021, um jovem de 19 anos disparou na sua antiga escola, matando sete alunos e dois professores. O tiroteio com mais vítimas mortais remonta a outubro de 2018, quando um estudante do ensino médio matou 19 pessoas antes de se suicidar numa escola em Kerch, na península da Crimeia.
Várias crianças mortas numa outra escola na Rússia
Há menos de um ano, um atentado numa outra escola, em Kazam, deixou oito crianças e uma professora mortas. “Nove pessoas morreram, incluindo oito crianças e um docente”, disse a fonte da agência russa. Os feridos foram levados para hospitais da região. Kazam é a capital da República do Tatarstão, cujo presidente, Rustam Minnikhanov, descreveu o tiroteio como uma “tragédia”.
As autoridades indicaram que o agressor tinha 19 anos de idade. “O autor do atentado foi detido e teve sua identidade determinada. Ele é morador de Kazam e nasceu em 2001”, disse o Comité de Investigação da Rússia num comunicado.
No momento da tragédia, havia 714 alunos no colégio e 70 funcionários, incluindo 52 professores.
Revisão da política de armas
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou no próprio dia uma revisão das regras de permissão de porte de armas no país, depois do ataque ao colégio em Kazam. “O presidente determinou que se elabore urgentemente uma nova regulação sobre os tipos de armas autorizadas para a população civil, considerando o modelo usado no ataque em Kazam”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.