Na madrugada do 21 de maio, Beja registou um aumento de 10.5 graus entre as 4.40 horas e as 4.45 horas devido a um fenómeno raro chamado “heatburst”.
O IPMA esclarece que este fenómeno se designa por “heatburst” e pode ser causado por “uma massa de ar quente e seco proveniente do norte de África e com poeiras em suspensão” condicionada pela presença de “um núcleo depressionário à superfície com expressão em altitude, centrado a oeste do território e que forçava, em deslocamento lento para nordeste, uma circulação de sul/sueste”.
Segundo o IPMA, “a noite e madrugada de 21 de maio foram excecionalmente quentes, quer no contexto do mês de maio, quer no de registos anuais. Com efeito, os valores de temperatura do ar que foram persistentemente observados durante o período noturno, designadamente em algumas áreas do interior, entre 26 e 32°C, terão configurado, em alguns locais, a madrugada mais quente desde que há registos”.
De acordo com diversos relatos, “entre as 04:30 e as 05:00 UTC (05:30 e 06:00, hora local) ocorreu um episódio de vento forte em Beja que, comprovadamente, provocou a queda de cerca de uma dezena de árvores de grande porte”.
As observações da estação IPMA de Beja mostraram “rajadas de vento até 14.6 m/s (53 km/h) entre as 04:40 e as 04:50 UTC, portanto dentro do período correspondente aos relatos”.
Dentro do mesmo período, “provavelmente entre as 04:40 e as 04:45, a temperatura do ar na estação subiu de 22.9°C para 33.4°C, tendo posteriormente descido para os 25.5°C observados às 04:50 UTC e a humidade relativa desceu de 49% para 13%, tendo posteriormente subido para os 37% observados às 04:50 UTC”, explica o IPMA, acrescentando que “esta significativa e rápida subida de temperatura (+10.5°C) e descida de humidade relativa (-35%) num período de poucos minutos, constitui um fenómeno raro”.
Este fenómeno foi observado noutras estações da rede IPMA, embora com menor expressão.