
O Município de São Brás de Alportel aprovou, em reunião de câmara de 10 e novembro, o voto de pesar pelo falecimento de Cruzeiro Seixas, à beira de alcançar um século de vida.
Cruzeiro Seixas nasceu na Amadora, cresceu em Lisboa, viveu 14 anos em África, ao serviço da Marinha Portuguesa e, durante sete anos, em São Brás de Alportel. Era pintor e poeta e uma referência maior do surrealismo. Era hoje o único testemunho vivo deste importante movimento artístico em Portugal. Dizia que o surrealismo lhe “abriu a porta para a visão do mundo e para construir a sua própria sensibilidade”.
Cruzeiro Seixas escolheu São Brás de Alportel para se fixar em 1982, no lugar de Calçada, onde viveu na proximidade de amigos e outros nomes da cultura portuguesa. Em testemunho escrito, para a publicação da Região de Turismo do Algarve “40 Anos, 40 Olhares” fica claro o seu gosto, a importância e a saudade pelo lugar escolhido.
Desse período e dessa pequena casa disse que, “esses foram anos de grande reconhecimento, de uma totalidade inesquecível, mas aquela casa continua a ser a MINHA CASA”. E foi nessa casa que desenhou e pintou o que hoje está em muitos museus e coleções privadas.
No anos vividos em São Brás de Alportel, foi organizada uma exposição pelo Ministério da Cultura e Câmara Municipal, patente no mês de junho de 1985 no Quartel os Bombeiros Voluntários.
Mais tarde, em 2010, integrada no programa de Comemorações do Centenário da República Portuguesa e em colaboração com o Museu da Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, o Município promoveu com o apooio a Galeria/Casa de Chá "Zem Arte" uma exposição que contou com a visita do pintor “Cruzeiro Seixas – Tapeçaria e Desenho: o regresso a São Brás de Alportel 25 anos depois”.
No momento o seu falecimento, o município pretende prestar homenagem a Cruzeiro Seixas.