O presente é o tempo do activismo!
Vivemos, como em nenhuma outra era, experienciando diariamente movimentos pela defesa de direitos! O leque de movimentos é infindável, o activismo está vivo, surpreende com as suas técnicas de marketing poderosas, chocantes e emocionalmente dilacerantes.
Nunca, como hoje, o espaço dos direitos foi tanto o espaço público!
Outrora, os movimentos não deixavam de proliferar mas a sua actividade era tímida e incidia sobre realidades distantes e quando roçava tangencialmente uma realidade próxima, rapidamente se esvanecia.
Hodiernamente, porém, os movimentos questionam as crenças estabelecidas e os padrões pelos quais as pessoas viveram durante séculos e isso, agora ou antigamente, coloca as pessoas perante dilemas, perante o inesperado, perante uma sensação de mudança a que é difícil aderir.
Arrimados por essa dificuldade em lidar com a mudança de paradigma, a contra-revolução é hoje maior do que nunca!
É estranho – ou talvez não! – que no tempo do activismo e de uma maior e crescente preocupação com os vulneráveis (pessoas, animais, ambiente, entre outros) a contra-revolução seja a maior de sempre da história! O paradigma do superior instituído tem uma dura luta pela frente mas tem logrado alcançar os seus desideratos aproveitando mentiras e veiculando inverdades para enfraquecer os movimentos!
A abordagem a uma nova ideia tem sido trágica e o discurso de tal forma inflamado que adquire contornos de quase falta de lucidez. Mas quem continua a ser rodeado do estereótipo do histerismo são os movimentos activistas! Ironia…
E que ligação tem tudo isto aos animais não humanos?
Pensemos no discurso inflamado invocando os enormes dramas que iriam ser experienciados assim que os ditos pudessem aceder a estabelecimentos comerciais… decorreram alguns meses e ainda não se ouviu que o caos se tenha instalado. Foram então usadas mentiras no discurso contra o acesso dos animais ao interior de estabelecimentos comerciais, tais como os proprietários dos estabelecimentos serem obrigados a deixar os não humanos aceder ao seu interior e as pessoas que não apreciam a companhia de não humanos viverem o drama de não ter estabelecimentos comerciais em que pudessem estar tranquilas! Foram divulgadas formas de impedir que o animal pudesse permanecer no interior do estabelecimento, o contra movimento deu origem a enormes debates com gigantes prós e muitos mais contras…
Desse modo foi pouco serenamente que veio a lei a entrar em vigor e, tal como era expectável, o fim do planeta não chegou.
Reflictamos porque esta contra-revolução pelo medo e difusão do falso atinge todos os movimentos pelos direitos, sejam eles quais forem!
E estas contra-revoluções têm vindo a atrasar o progresso social desde tempos imemoráveis – veja-se o despropositado lapso de tempo que ainda perdura para que sejam reconhecidos direitos a pessoas como os negros e as mulheres!
É perigoso alimentar o drama e não pensar criticamente sobre o que nos vai sendo dito como verdadeiro que amiúde é apenas discurso para tentar alimentar através do medo a impossibilidade de os direitos se estabelecerem!
Os direitos dos animais não humanos são só mais um dos movimentos que a contra-revolução pretende destruir! O colapso do domínio instituído sobre os animais não humanos atemoriza e as pessoas que pretendem que esse domínio perdure irão invocar razões que a razão nunca poderia acolher mas que irá ter o efeito pretendido porque permite às demais pessoas que o mundo permaneça mais próximo do que estão habituadas!
Mudar é duro, cria medo, insegurança, expectativa!
Mas não temamos mudar quando essa mudança é em prol de um bem maior!
No final do dia viveremos todos melhor e numa sociedade mais justa e plena de harmonia, empatia e compaixão.
Em prol dos direitos, de todos os direitos, continuemos a #(r)evolução!