Em 2004, 2012 e 2020 foi cancelado, mas com a exceção destes três anos, não há memória, em quase duas décadas, de um adiamento ou cancelamento de um dos programas de televisão mais populares da história da televisão russa – o “Linha Direta” com o próprio Presidente a responder a perguntas e preocupações dos seus cidadãos, ao longo de horas, em direto. “A ‘Linha Direta’ não poderá ter lugar este mês”, anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sem no entanto adiantar outra data, ou de resto as razões para esta mudança de planos.
Parece que, contudo, vai acontecer. “Do ponto de vista técnico mas também por causa do conteúdo, é um evento muito complexo e volumoso. Os preparativos estão em andamento, mas só entrarão na fase final após a definição dos prazos”, disse ainda, citado pela agência TASS.
Em 2021, a sessão demorou quatro horas, mas já houve anos em que durou mais. Os cidadãos enviam perguntas por vídeo, email, carta ou telefonam para as estações de televisão e de rádio (as maiores transmitem o evento ao mesmo tempo) para colocar as perguntas ao Presidente – mas Putin só responde às previamente selecionadas.
Nesse ano, segundo o canal russo RBC, foram enviadas mais de 2,2 milhões de perguntas, Putin respondeu a 68. Algumas pessoas aparecem nos ecrãs dos estúdios a fazer as suas perguntas, porque as enviaram em vídeo, outras são feitas pelos próprios apresentadores. Este ano, deveria acontecer na segunda quinzena de junho, segundo o próprio Peskov tinha anunciado, logo após após o Fórum Económico Internacional de São Petersburgo (SPIEF), que está agendado para entre os dias 15 e 18 deste mês.
Putin tem alternado entre os cargos de Presidente e primeiro-ministro desde agosto de 1999, e vem mantendo este programa de perguntas e respostas desde 2001.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL