O preço do azeite desceu para valores abaixo dos 4 euros por quilo na origem, conforme avançou esta terça-feira o jornal espanhol El Economista, com base em dados do Poolred, sistema de referência de preços. Na semana de 11 a 17 de dezembro, a média das operações para diferentes categorias de azeite (virgem extra e lampante) foi de 3,7 euros por quilo, com apenas 5.000 toneladas transacionadas. Na semana anterior, a 5 de dezembro, já se anunciava que o preço tinha caído abaixo dos 5 euros, valor considerado pelo setor produtivo como o “mínimo razoável” para garantir equilíbrio na cadeia de valor, desde os produtores até aos consumidores.
Segundo o Observatório de Preços Infaoliva, que se baseia em operações reportadas por agentes comerciais, os preços registados a partir de ontem situaram-se ainda mais abaixo, entre os 3,2 e os 3,5 euros por litro.
Esta queda é ainda mais evidente quando se analisa a evolução do preço do azeite ao longo do ano. Segundo a Executive Digest, no início de 2024, o azeite virgem extra era comercializado a 8,7 euros por litro na origem, enquanto o lampante rondava os 8,2 euros. Em abril, após chuvas primaveris que prometiam uma colheita média ou média-alta, os preços desceram para valores entre 6,4 e 7 euros. Em outubro, a escassez do produto fez os preços subirem novamente, situando-se entre 6,8 e 7,2 euros por litro. Contudo, a chegada de quantidades significativas de azeite novo ao mercado, no final de novembro, deu início a uma descida acentuada.
As Cooperativas Agroalimentares de Espanha explicaram, em comunicado, que muitos agricultores estão a tomar decisões individuais de venda rápida do azeite, temendo novas descidas. “É vender o mais rápido possível para aproveitar os preços antes que caiam, o que faz com que os compradores atrasem as suas compras e baixem os preços”, apontaram.
Além disso, as cooperativas destacaram a entrada no mercado de 200 mil toneladas de azeite em Portugal, maioritariamente de cultivo super-intensivo, que se somam às 520 mil toneladas produzidas em Espanha fora do sistema cooperativo e às 100 mil toneladas importadas de outras origens.
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