Nos últimos tempos, um novo esquema de burla tem vindo a afetar sobretudo clientes do Banco Santander, embora qualquer instituição bancária possa ser visada. Conhecido como o “golpe do empréstimo falso”, este esquema procura enganar as vítimas para obter os seus dados bancários e, posteriormente, roubar o seu dinheiro.
A intensificação da fraude
A criminologista e especialista em segurança cibernética, María Aperador, explicou ao ‘elEconomista’ que este tipo de fraude tem vindo a intensificar-se nas últimas semanas. O método dos burlões consiste no envio de mensagens de texto (SMS) que informam o destinatário sobre um suposto empréstimo que terá sido depositado por engano na sua conta.
Pressão sobre as vítimas
As vítimas, ao receberem esta comunicação, são alertadas de que devem devolver o montante recebido para evitar encargos adicionais. Os criminosos incluem ainda informações sobre juros e custos, pressionando os lesados a agir rapidamente.
Criação de um ambiente de urgência
Os SMS fraudulentos contêm indicações detalhadas para efetuar a devolução, sugerindo que a vítima realize uma transferência bancária para um determinado número de conta. O objetivo é criar um ambiente de urgência que impeça a pessoa de refletir antes de agir.
A segunda fase da burla
Segundo a Executive Digest, após a primeira transferência, os burlões avançam para uma segunda fase do esquema, solicitando dados pessoais e informações bancárias sensíveis. Entre os pedidos, incluem-se códigos de segurança e autorizações para realizar operações na conta da vítima.
O perigo do reencaminhamento de chamadas
Uma técnica particularmente perigosa utilizada pelos criminosos envolve o pedido para que a vítima digite o código 21, seguido de um número de telefone fornecido pelos próprios burlões. Esta ação ativa o reencaminhamento de chamadas, permitindo que todas as comunicações dirigidas à vítima sejam desviadas para os criminosos.
Controlo total das comunicações
Com este mecanismo, os burlões passam a controlar todas as chamadas recebidas, incluindo contactos do banco ou de familiares que possam tentar alertar a vítima sobre a burla. Desta forma, ganham tempo para concretizar novos ataques sem interferências.
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Manipulação psicológica das vítimas
O sucesso deste esquema assenta na capacidade dos criminosos em manipular a vítima, levando-a a acreditar que está a agir corretamente. A rapidez com que exigem a devolução do dinheiro impede muitas pessoas de verificarem a veracidade da alegação.
Recomendações das instituições bancárias
As instituições bancárias, incluindo o Banco Santander, recomendam que os clientes tenham um comportamento preventivo, evitando responder a mensagens suspeitas e confirmando qualquer transação junto do banco através dos canais oficiais.
Além disso, os especialistas em cibersegurança alertam que os bancos não solicitam informações sensíveis por SMS ou chamadas telefónicas. Caso receba um contacto com esse pedido, deve suspeitar de imediato.
Como verificar a veracidade do depósito
Verificar diretamente no extrato bancário se ocorreu um depósito inesperado é uma das formas de evitar cair nesta fraude. Se não houver qualquer registo da transação mencionada na mensagem, trata-se claramente de um esquema fraudulento.
As autoridades recomendam que qualquer pessoa que tenha sido alvo desta burla contacte de imediato o seu banco e apresente queixa junto das entidades competentes. Rapidez na denúncia pode ser crucial para minimizar os danos.
Confirmar sempre com o banco
Em caso de dúvida sobre a autenticidade de um contacto bancário, a melhor opção é recorrer sempre aos meios oficiais da instituição. Nunca se deve confiar em mensagens não solicitadas que exijam ação imediata.
Os cibercriminosos continuam a sofisticar os seus métodos, mas a informação e a prevenção são as melhores armas contra estas ameaças. Manter-se atento e questionar qualquer comunicação inesperada pode evitar prejuízos financeiros e proteger os seus dados pessoais.
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