Os 37 migrantes que foram resgatados pela Marinha a sul do Algarve, na quinta-feira, testaram negativo à covid-19. Os testes, assim como exames médicos, foram realizados à chegada a Portimão.
O SEF está a entrevistar os 37 migrantes oriundos do Norte de África para apurar a identidade e avaliar o enquadramento da situação, disse a entidade esta sexta-feira.
Segundo o SEF, a primeira prioridade à chegada ao Algarve foi fornecer alimentação e prestar os cuidados de saúde essenciais, tendo três deles sido assistidos no serviço de urgência do Hospital de Portimão.
“Após garantidos estes primeiros cuidados e já durante a tarde e a noite de quinta-feira, o SEF desenvolveu os primeiros procedimentos necessários, nomeadamente, realização de primeira entrevista e recolha de dados biométricos, a fim de apurar as suas identidades, bem como avaliar o enquadramento da situação”, precisa aquele serviço de segurança.
ESTÃO INSTALADOS EM TENDAS EM PORTIMÃO
O SEF destaca ainda a estreita colaboração com todas as entidades envolvidas.
Os 37 migrantes estão instalados em tendas cedidas pela Proteção Civil no Ponto de Apoio Naval – Cais da Marinha, em Portimão.
A Marinha resgatou na quinta-feira 37 homens, quatro dos quais com idades entre os 15 e os 18 anos. A embarcação tinha como destino Espanha, mas os migrantes acabaram por ficar uma semana à deriva no mar.
Segundo a Marinha, a embarcação foi avistada por um navio mercante ao final do dia de quarta-feira, tendo sido deslocados meios da Marinha para o local, que na manhã de quinta-feira abordou os tripulantes.
Ao avistarem a corveta da Marinha, os homens “pediram auxílio”, acabando por ser recolhidos em águas internacionais, a 37 milhas náuticas a sul da costa algarvia, na faixa atlântica correspondente à zona entre Vila Real de Santo António e Tavira.
Fonte do SEF explicou à Lusa que estes migrantes não vão ser ouvidos em tribunal, como aconteceu em situações anteriores, porque não entraram ilegalmente em Portugal ao terem sido resgatados em águas internacionais.
A costa algarvia tem recebido nos últimos anos vários desembarques ilegais de migrantes oriundos do norte de África. Desde dezembro de 2019, 97 marroquinos entraram ilegalmente em Portugal.