O presidente dos EUA, Joe Biden, deve assinar na próxima semana uma ordem executiva sobre moedas digitais, que deve constituir um primeiro passo para a regulação da transação das cripto moedas.
A decisão é tomada quando vários dirigentes do governo de Biden expressaram preocupações nas semanas recentes sobre o uso das moedas digitais pela Federação Russa para diminuir o impacto das sanções decididas em resposta à invasão da Ucrânia.
Em resultado destas sanções, o rublo caiu para mínimos históricos e o mercado de capitais encerrou. Duas pessoas familiares com o assunto disseram, sob condição de anonimato, que a ordem executiva é esperada para esta semana e que tem estado a ser trabalhada desde muito antes da guerra na Ucrânia.
A ordem deve descrever o que agências governamentais, incluindo o Departamento do Tesouro, precisam de fazer para desenvolver políticas e regulações sobre moedas digitais.
Deve incluir uma orientação para o Departamento de Estado garantir que as leis dos EUA sobre moedas digitais estejam alinhadas com as dos aliados dos EUA, bem como uma solicitação ao Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira, que controla o sistema financeiro dos EUA, que estude o financiamento ilícito com estas moedas.
Para mais, a ordem vai explorar a possibilidade de uma cripto moeda do banco central.
A Reserva Federal divulgou um documento sobre o assunto em janeiro, que explora os benefícios e riscos de uma moeda digital garantida pelos EUA.
Implícito na ordem executiva está o facto de estas moedas irem continuar a ser parte da economia dos EUA nos próximos anos.
Apesar de a Casa Branca ter minimizado a importância das moedas digitais na capacidade russa de minimizar as sanções, tal possibilidade permanece uma preocupação.
Um dirigente do governo de Biden disse, sob anonimato, que a equipa de segurança nacional da Casa Branca tem estado a acompanhar o uso e a criação de empresas de fachada e instituições financeiras alternativas a que Moscovo pode recorrer para procurar contornar as sanções. Acrescentou também que as experiências com o Irão e a Venezuela relativas à minimização dos efeitos das sanções estão a ser consideradas.
Por fim, disse ainda que Biden pode decidir mais restrições às exportações e novas sanções nos próximos dias e nas próximas semanas para procurar contrariar os esforços russos de contornar as sanções.