A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o incêndio que deflagrou, no domingo, no Hospital de São João, no Porto, causando um morto e quatro feridos graves, disse hoje à agência Lusa fonte desta força de investigação criminal.
Segundo a mesma fonte, “a PJ foi chamada a investigar as circunstâncias” do incêndio que, pelas 17:40 de domingo, atingiu o piso 9 do Hospital de São João, onde está o serviço de Pneumologia, e que obrigou à retirada de doentes.
Vários órgãos de comunicação social noticiam hoje que o incêndio foi provocado por um doente que acendeu um cigarro no quarto, quando se encontrava a receber oxigénio.
O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) remeteu para a tarde de hoje mais esclarecimentos.
Em comunicado divulgado no domingo, o CHUSJ diz que o incêndio, “de elevada complexidade”, foi dado como extinto às 19:00, dando conta da existência de “uma vítima mortal a lamentar, [de] quatro feridos graves” e de “cinco profissionais afetados”, que receberam assistência no serviço de urgência.
“As causas do incêndio estão a ser apuradas e será aberto um processo de averiguações interno”, refere o CHUSJ, acrescentando que “o plano de incêndio do hospital e o plano de emergência interno foram prontamente ativados, possibilitando a deslocação dos doentes e dos profissionais, bem como o combate ao incêndio pelas equipas internas e pelas corporações de bombeiros”.
O CHUSJ sublinha ainda que o hospital está a “prestar informação e apoio psicológico às famílias das vítimas e aos profissionais”, tendo apresentado “os mais sentidos pêsames à família da vítima mortal”.
Uma nota publicada na noite de domingo na página oficial da Presidência da República refere que Marcelo Rebelo de Sousa contactou o presidente do conselho de administração do Hospital de São João, na sequência do incêndio, exprimindo solidariedade com todos os envolvidos.
“O Presidente da República falou esta noite com o Prof. Doutor Fernando Araújo, Presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, para se inteirar do incêndio desta tarde, que causou quatro vítimas, uma das quais entretanto falecida, e exprimir solidariedade com todos os afetados e respetivas famílias, mas também com os profissionais daquela unidade de saúde”, lê-se no comunicado.
Conselho de Administração do Hospital São João demite-se
O Conselho de Administração do Hospital de S. João pediu a demissão na sequência do incêndio que deflagrou na tarde deste domingo, no serviço de Pneumologia, que vitimou uma pessoa e provocou quatro feridos graves.
Num comunicado, o presidente do Conselho de Administração (CA) do Hospital de São João, Fernando Araújo, disse, na tarde desta segunda-feira, que “apesar de as causas do incêndio estarem a ser apuradas, nomeadamente através de um processo de averiguações interno, um processo de inquérito da IGAS e de um inquérito da Policia Judiciária, com quem estamos ativamente a cooperar, e a avaliação inicial excluir falha infraestrutural da instituição, existe um sentido ético no exercício das responsabilidades públicas que não devemos esquecer”.
O Conselho de Administração do CHUSJ garante permanecer em funções até decisão da ministra da saúde.
LEIA O COMUNICADO NA ÍNTEGRA
No dia de ontem deflagrou um incêndio de elevada complexidade no Serviço de Pneumologia (piso 9) do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), tendo motivado, lamentavelmente, uma vítima mortal e quatro feridos que se encontram em estado grave.
Na sequência da resposta imediata assegurada pela equipa hospitalar, vários profissionais necessitaram receber cuidados e apoio psicológico no serviço de urgência, tendo todos tido alta durante a noite. Apresentamos as mais sentidas condolências à família do doente falecido. Lamentamos aos feridos e suas famílias o ocorrido.
Estamos solidários com os profissionais afetados, que agiram em defesa dos doentes. O hospital prestou, durante todo o processo, informação e apoio psicológico aos doentes e às suas famílias. O plano de incêndio do hospital e o plano de emergência interno foram prontamente ativados, possibilitando a evacuação de emergência, bem como o combate ao incêndio pelas equipas internas e as corporações de bombeiros.
De realçar a forma profissional e altruísta como os profissionais reagiram, bem como as corporações de bombeiros pela eficácia no combate a um incêndio difícil e numa área sensível do hospital.
Apesar das causas do incêndio estarem a ser apuradas, nomeadamente através de um processo de averiguações interno, um processo de inquérito da IGAS e de um inquérito da Policia Judiciária, com quem estamos ativamente a cooperar, e a avaliação inicial excluir falha infraestrutural da instituição, existe um sentido ético no exercício das responsabilidades públicas que não deve ser esquecido, facto pelo qual o Conselho de Administração do CHUSJ apresentou à Sra. Ministra da Saúde o pedido de demissão. O Conselho de Administração do CHUSJ permanecerá em funções até à decisão da Sra. Ministra da Saúde.