Os radares de velocidade média chegaram às estradas portuguesas no ano passado, 2023, mas continuam a gerar dúvidas entre os condutores. Atualmente, existem 25 destes radares em funcionamento no país, dois dos quais foram instalados em junho deste ano na Ponte Vasco da Gama, sob a gestão da Guarda Nacional Republicana (GNR). Segundo o tenente-coronel Pedro Ares, citado pela ZAP.aeiou, estes dispositivos têm como objetivo “garantir o cumprimento da velocidade em extensões maiores do troço rodoviário”, já que os acidentes não se concentram, muitas vezes, num único ponto, mas sim ao longo de um percurso.
De acordo com declarações à Revista ACP, os radares da ponte monitorizaram 7 milhões de veículos entre junho e outubro deste ano, resultando em 787 autos por excesso de velocidade. Pedro Ares sublinha que o impacto foi positivo, com uma redução significativa de acidentes, especialmente dos mais graves. Hoje, a maioria dos acidentes na ponte envolve apenas danos materiais, sem feridos ou mortes. Além disso, a velocidade média dos veículos diminuiu para 100 km/h, valor que coincide com o limite máximo de algumas zonas da ponte, embora outras partes permitam velocidades até 120 km/h.
Os restantes 23 radares estão integrados no Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), gerido pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Estes dispositivos funcionam de forma diferente dos radares tradicionais, pois não medem a velocidade instantânea, mas sim o tempo que os veículos demoram a percorrer um determinado troço, verificando se excederam a velocidade permitida.
Apesar da sua utilidade, os radares de velocidade média ainda levantam questões, sobretudo sobre onde termina a zona controlada. O sinal H42 indica o início do controlo, mas não há qualquer sinalização que marque o fim. “Quando foram colocados os sinais, não foi prevista a colocação de um sinal de fim de zona controlada”, explica Pedro Ares, recomendando que essa questão seja dirigida à ANSR, que até agora não deu esclarecimentos.
Enquanto isso, os condutores podem recorrer a três estratégias: observar as câmaras instaladas na estrada para identificar o início e o fim do controlo, consultar o site Radares à Vista da ANSR, ou usar aplicações como o Waze, que ajudam a localizar os pontos de controlo e a identificar os limites de velocidade.
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