A higiene oral é uma preocupação de muitos portugueses, mas nem todos têm dinheiro para ir ao dentista. Um estudo da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) revelou que uma grande percentagem de portugueses nunca vai ao dentista ou, se vai, não chega a ser uma vez por ano. Ainda que a falta de dinheiro seja um dos fatores apontados para estes resultados, quem sofre são os dentes de centenas de portugueses.
Um estudo da Ordem dos Médicos Dentistas confirmou que cerca de um milhão de portugueses nunca vai ao dentista ou, se vai, nem chega a ser uma vez por ano. “Dos cerca de um milhão de pessoas que nunca vão ou vão menos de uma vez por ano ao médico dentista, há 300 mil (30%) que apontam a falta de dinheiro como justificação para não realizarem qualquer consulta de medicina dentária”, avança o mesmo estudo.
De salientar também que 27,4% dos portugueses nunca marcou uma consulta para “check-up” no dentista, uma percentagem que aumentou significativamente face ao ano de 2023.
Mais de metade dos portugueses tem pelo menos um dente em falta
Estes números mostram também porque é que há cada vez mais portugueses sem a dentição completa. Se, em 2023, mais de metade da população nacional tinha pelo menos um dente em falta (58,9%), em 2024, a percentagem aumentou ainda mais (65,7%). Pode-se então dizer que dois terços da população portuguesa não tem a dentição completa.
Para além disso, dos dois terços da população com pelo menos um dente em falta, 57,1% não tem nada a substituir, tal como avança a SIC Notícias.
Os dados indicam que são as mulheres quem tem mais falta de dentes, com apenas 31,7% com dentição completa, contra 36,8% nos homens. Também são as mulheres quem lidera, no que diz respeito ao número de portugueses com seis ou mais dentes em falta, já que este é o número de referência que afeta a qualidade da mastigação e da saúde oral.
Miguel Pavão diz que os resultados do estudo “envergonham o país”
Numa análise aos resultados deste estudo, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Miguel Pavão, sublinha que os números apresentados “envergonham o país e refletem a ausência de investimento na saúde oral”. “É fulcral investir, ter um orçamento para a saúde oral que permita executar e não apenas planear”, salienta.
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