
A ausência de Portugal do calendário provisório do Mundial de Fórmula 1 de 2021 era expectável para o líder da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), confiante em novo “ano de oportunidade” no futuro.
“Com a instabilidade que vivemos, estou convencido de que podem voltar a haver alterações e países que, pelas mais diversas circunstâncias, não possam organizar corridas. Como os agentes intervenientes da Fórmula 1 gostaram muito do circuito e da forma como tudo decorreu do ponto de vista organizativo, nós podemos estar sempre à porta de fazer parte do ‘Grande Circo’”, explicou Ni Amorim à agência Lusa.
A próxima época da classe rainha do automobilismo mundial, que este ano contou com uma prova em Portugal, devido às alterações do calendário motivadas pela pandemia de covid-19, vai incluir 23 corridas, um número recorde, anunciou hoje a organização.
“Foi tudo muito em cima e já sabíamos que 2021 seria complicado, mas vamos continuar a batalhar por isso. Falámos imenso com a Federação Internacional do Automóvel (FIA) e aprendemos muito nestes fins de semana de Fórmula 1 [23 a 25 de outubro] e do Campeonato Mundial de Karting [05 a 08 de novembro]”, valorizou.
Ni Amorim frisa o “balanço positivo” da corrida realizada há duas semanas no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, que contou com público nas bancadas, tendo “ficado com uma orientação sobre como proceder no futuro para alcançar objetivos”.
“Os pilotos gostaram do traçado e acharam a pista bastante segura, atual e moderna. Viram que Portugal tem espaço para albergar todo o programa, sobretudo com corridas de apoio [Fórmula 2, Fórmula 3 e Porsche Supercup]. É outro argumento a nosso favor, até porque nem todos os circuitos têm essa capacidade neste momento”, avaliou.
A FPAK aguarda por “estudos económicos” que permitam “fazer ver ao Governo que o evento é altamente rentável”, lembrando a obrigatoriedade de o país pagar uma taxa inicial de “muitas dezenas de milhões de euros para poder integrar o ‘Grande Circo’”.
“A própria promotora Liberty e a Formula One Management têm de nos facultar esses elementos. Quando vierem, serão trabalhados e falados com quem de direito. Queremos voltar a dizer aos organizadores que, se houver algum percalço em 2021, aqui estamos. Já integrar em definitivo o campeonato em 2022 depende do Governo”, resumiu.
Depois de uma época em que as 22 corridas previstas – o atual recorde é de 21 provas – foram reduzidas a 17, na Europa, na Rússia e no Golfo Pérsico, levando à passagem pela região do Algarve, a Fórmula 1 procura retomar a programação pré-pandemia.
A temporada de 2021 decorre entre 21 de março, em Melbourne, na Austrália, e 05 de dezembro, em Abu Dhabi, contando com o regresso dos Países Baixos, em 05 de setembro, depois de uma ausência desde 1985, e a estreia da Arábia Saudita, o 33.º país a acolher a categoria máxima do automobilismo de velocidade, em 28 de novembro.
Bahrain, China, Espanha, Mónaco, Azerbaijão, Canadá, França, Áustria, Reino Unido, Hungria, Bélgica, Itália, Rússia, Singapura, Japão, Estados Unidos, México e Brasil são os restantes países escolhidos pela organização, que deixou em aberto o local da realização da quarta etapa, marcada para 25 de abril, devido à ausência do Vietname.
O calendário provisório do Mundial de Fórmula 1 de 2021 vai ser submetido a aprovação pelo conselho mundial da FIA, numa reunião marcada para 16 de dezembro.