A Petição “Por um Acesso Pedonal à Praia de Cabanas”, admitida pela Assembleia da República de Portugal no passado mês de janeiro, foi também analisada e declarada admitida na União Europeia no início de fevereiro. O documento foi transmitido à Comissão Europeia para investigação do assunto e à Comissão do Ambiente, do Clima e da Segurança Alimentar do Parlamento Europeu para análise e eventuais decisões, dado que, segundo Bogdan Rzonca, presidente da Comissão das Petições, “o tema versado se insere nos domínios de atividade da União Europeia”.
“Os mais de 9000 subscritores reforçamos assim a nossa convicção de que juntos impediremos que a Ria Formosa, em Cabanas, seja convertida em definitivo num canal de navegação, à mercê de frios interesses mercantilistas, o que aconteceria se se concretizasse a assinatura de um contrato de exploração da travessia com uma empresa pelo indecoroso período de 25 anos, como admitido pela Câmara Municipal de Tavira”, referem em comunicado o Movimento “Por uma ponte pedonal para a ilha de Cabanas” e a Associação Por um Acesso Pedonal para a Praia de Cabanas (APAPC).
“Não permitiremos que tal venha a acontecer numa zona que é reserva ecológica classificada com a mais elevada proteção ambiental, integrada na Rede Natura 2000, a qual já, por demais, tem sido negligenciada e, ao inverso de ser flagelada em definitivo, requer medidas urgentes de proteção e de gestão para assegurar a sua conservação e valorização”, acrescentam.
“Acreditamos que iremos ter um acesso aprazível, seguro, ecológico e inclusivo à nossa amada ilha, tal como é o desejo expresso por milhares de cidadãos: um passadiço pedonal que também lhes permita desfrutar da praia durante todo o ano, qualquer dia e a qualquer hora, em perfeita harmonia entre os humanos e a natureza que os envolve e que devem a todo o custo defender e preservar”, conclui a nota assinada por José António Leite Pinto.
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