Os Estados Unidos acusaram na segunda-feira a Rússia de intimidar os media norte-americanos em Moscovo, que foram convocados pela diplomacia russa e ameaçados de represálias devido às sanções ocidentais.
“O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros convocou os vossos colegas para lhes ‘explicar as consequências da linha hostil do seu governo na esfera mediática’”, disse o porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price, em declarações aos jornalistas em Washington.
“Sejamos claros, o Kremlin está a realizar um ataque em grande escala contra a liberdade de imprensa, o acesso à informação e a verdade”, afirmou o porta-voz, denunciando um “esforço claro e flagrante para intimidar jornalistas independentes”.
MOSOCOVO ACUSA WASHINGTON DE “REPRIMIR OS ‘MEDIA’ RUSSOS” NOS EUA
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, ameaçou no final de maio expulsar os ‘media’ ocidentais se a plataforma de vídeo YouTube bloqueasse, como já tinha feito, os seus ‘briefings’ semanais.
Na sexta-feira, a porta-voz acusou Washington de “reprimir os ‘media’ russos” nos Estados Unidos.
“Eles fazem tudo o que é possível para tornar impossível o trabalho dos ‘media’ russos. (…) Se eles não normalizarem o trabalho dos ‘media’ russos no território norte-americano, vamos ripostar com medidas enérgicas”, avisou então, anunciando que os representantes dos ‘media’ norte-americanos tinham sido convidados ao ministério dos Negócios Estrangeiros na segunda-feira.
Segundo Ned Price, Moscovo reagiu assim à entrada de três canais de televisão russa na lista negra dos Estados Unidos, no âmbito das sanções internacionais contra a invasão da Ucrânia.
O porta-voz norte-americano considerou, no entanto, tratar-se de uma “falsa equivalência”, uma vez que os ‘media’ russos sancionados por Washington eram “instrumentos da propaganda do Governo russo”, cujas receitas servem para apoiar a guerra do Presidente Vladimir Putin, pelo que não podem ser comparáveis com os jornalistas americanos “independentes” e “imparciais”.
“Os Estados Unidos continuam a emitir vistos a jornalistas russos e não anulámos a acreditação de nenhum jornalista russo que trabalhe nos EUA”, afirmou.