Nas entranhas da serra algarvia de Monchique, encontra-se este recanto de beleza ímpar onde o som da água a correr se transforma em música ambiente. Este local preserva a essência da natureza, com riachos que contornam pedras, formando pequenas cascatas, e uma história fascinante por contar.
A água cristalina do Barranco dos Pisões tem origem na Fóia, o ponto mais alto do Algarve, como nos conta o Algarve Marafado. Ao longo do seu percurso, serpenteia por entre árvores majestosas, criando uma sinfonia natural que encanta os visitantes. Destaque para um plátano centenário, com mais de 150 anos, classificado como de interesse público desde 1946.
Ao lado da ribeira, ergue-se um plátano gigante que, em 2006, media impressionantes 41 metros de altura. Este ancião da floresta é uma das atrações, tendo resistido ao tempo e às mudanças. Próximo dali, o Moinho do Poucochinho, meticulosamente restaurado pela Junta de Monchique, conta a história de tempos passados, quando moía cereais e desempenhava um papel vital na comunidade.
A serra de Monchique, no ano de 1938, abrigava 25 moinhos ou azenhas, testemunhos de uma época em que a moagem era uma atividade essencial. O Barranco dos Pisões é uma janela para esse passado, onde o tratamento da lã deixava a água turva, originando o nome Ribeira da Tinta Negra.
Para quem é de Monchique ou conhece a região, o Barranco dos Pisões não é um lugar desconhecido. A poucos quilómetros da vila de Monchique, é acessível de carro, convidando a explorar um ambiente onde a história se entrelaça com a natureza exuberante.
O Barranco dos Pisões, na serra algarvia, é mais do que um recanto natural; é um testemunho vivo da história e da beleza intocada da serra de Monchique. Ao explorar este local, somos transportados para tempos passados, onde a água límpida da ribeira, as árvores imponentes e os vestígios dos moinhos contam uma narrativa única que vale a pena descobrir e preservar.
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