A morte de Jéssica, uma menina de 3 anos, que faleceu a 20 de junho de 2022, alegadamente devido a uma dívida da mãe por práticas de bruxaria, está a ser julgada no Tribunal de Setúbal. Foi esta quinta-feira que decorreu a oitava sessão do julgamento das cinco pessoas acusadas de envolvimento no homicídio de Jéssica. O Ministério Público (MP) pediu a pena máxima, 25 anos, para a mãe, Inês Sanches.
De relembrar que o julgamento conta com cinco arguidos: Inês Sanches, a mãe da menina; Tita, a ama de Jéssica; Justo, Eduardo e Esmeralda, marido e filhos de Tita, respetivamente.
Em relação à mãe, a procuradora do MP referiu que “não priorizou vida da filha aos seus interesses. Inês fez as suas opções. Deixou Jéssica ao cuidado de pessoas que a ameaçavam”. Relembrou ainda que a mãe voltou a deixar a menor “ao cuidado da família mesmo sabendo de agressões anteriores. Inês não fez qualquer esforço para a pagar nem sequer mudou a sua rotina, como as idas aos cafés e restaurantes. Após ter recebido a menina no estado em que estava foi para casa e à noite foi com companheiro para o karaoke”, referiu.
“Não conseguimos sentir qualquer empatia com arguidos que a agrediram [a Jéssica] selvaticamente. Não conseguimos sentir empatia por uma mãe que a entregou ao cuidado destes agressores. Inês deitou-a moribunda enquanto se entreteve a enviar mensagens ao pai da mesma a pedir dinheiro. Em 36 anos de serviço nunca vimos nada igual”, finalizou a procuradora.